Deus comete erros?
Deus não comete erros. Sua perfeição e grandeza não permitem equívocos: “Grande é o SENHOR e digno de louvor; sua grandeza é incompreensível.” No idioma original, a palavra traduzida como “incompreensível” carrega a ideia de que algo é impossível de ser mensurado ou contado. Em outras palavras, a grandeza de Deus é infinita. Essa afirmação não poderia ser atribuída a uma pessoa falha, pois com apenas um único erro sua grandeza seria quantificável e limitada.
A habilidade de Deus para realizar todas as coisas e compreender todos os assuntos também impede que Ele erre: “Grande é o nosso Senhor e poderoso em força; seu entendimento é ilimitado.” Novamente, a Escritura revela que Deus é infalível. O conhecimento limitado pode levar a erros, mas Deus possui conhecimento ilimitado e, por isso, não comete enganos.
Deus não errou na criação do mundo. Sua sabedoria, poder e bondade infinitos se combinaram para produzir uma criação perfeita. Ao final dos seis dias da criação, Ele examinou tudo o que havia feito e declarou: “muito bom”. Não houve exceção, qualificação ou decepção, apenas a simples afirmação de que tudo era “muito bom”.
“Deus não é humano, para que possa mentir, nem filho do homem, para que possa mudar de ideia. Ele fala e depois não age? Promete e depois não cumpre?” Ao contrário dos seres humanos, Deus não erra nem tem pensamentos posteriores que levem à mudança de ideia. Ele jamais faz decretos que depois tenha de anular por não ter considerado todas as consequências ou por não possuir o poder necessário para cumpri-los. Além disso, Deus não é como o homem, cuja natureza pecaminosa exige julgamento. “Deus é luz; nele não há trevas nenhuma.” “O SENHOR é justo em todos os seus caminhos e fiel em tudo o que faz.”
Alguns afirmam que a Escritura mostra Deus tendo “segundo pensamentos” sobre Sua criação, citando passagens que descrevem o arrependimento de ter criado a humanidade diante da crescente maldade. É importante compreender o significado de arrependimento neste contexto. Quando aplicado a Deus, esse termo transmite a ideia de uma tristeza compassiva acompanhada de ação decisiva, e não de admitir um erro ou fraqueza. Deus expressou a necessidade de tomar medidas drásticas para combater a maldade humana – afinal, “tudo o que os homens pensavam ou imaginavam era inteiramente mau”. O fato de Deus não ter considerado Sua criação um erro fica comprovado pela continuidade da existência do mundo, mesmo com a presença do pecado. Louvemos o Senhor por Sua graça: “Onde o pecado se multiplicou, a graça se tornou ainda maior”, e assim como Noé encontrou graça aos olhos do SENHOR.
Deus nunca cometeu um erro. Ele tem um propósito em tudo, e os desfechos nunca o surpreendem, pois declara o fim desde o princípio: “Eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há ninguém semelhante a mim. Anuncio o fim desde o princípio e desde tempos antigos o que ainda não aconteceu, dizendo: Meu propósito será firme, e eu cumprirei todo o meu deleite.”
Algumas pessoas podem até sentir que Deus errou em suas vidas pessoais, especialmente diante de experiências e condições fora de seu controle. Contudo, “sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, que foram chamados segundo o Seu propósito.” É preciso ter fé para aceitar que vivemos “pela fé, e não pelo que vemos”. Devemos compreender que as coisas desta vida são passageiras e estão sendo usadas para nossa recompensa eterna, segundo a sabedoria daquele que “é capaz de nos guardar de tropeços e de nos apresentar diante de Sua gloriosa presença sem nenhum defeito e com imensa alegria”. Podemos, assim, nos alegrar no fato de que nosso Senhor Deus não comete erros, mas tem um propósito bondoso e amoroso para tudo o que permite.
Não há culpa em nosso Deus; não há erro algum cometido por Ele. Tampouco há culpa em Seu Filho, pois Jesus não cometeu pecado em pensamento, palavra ou ação. Satanás tentou, desesperadamente, encontrar uma única falha em Jesus, mas fracassou em suas investidas. Jesus permaneceu o Cordeiro de Deus isento de qualquer mancha, a ponto de, ao final de Sua vida, o juiz terreno ter declarado: “Não encontro culpa neste homem”.
Nós convivemos com nossos erros – grandes ou pequenos, triviais ou desastrosos – e acabamos nos habituando a eles. Mas servimos a um Deus infalível, livre de enganos, cuja grandeza é verdadeiramente incompreensível. É reconfortante saber que Deus está no comando e que Aquele que não erra pode, com certeza, compensar os nossos deslizes.