O que é justiça?

A justiça é um atributo que pertence a Deus, o Legislador, e se manifesta em Suas leis. Nenhum homem pode ser justificado por suas próprias obras além da ordenança de Deus. Portanto, a justiça é um dom maravilhoso de Deus à humanidade através do Seu amor: é a qualidade dada por Deus ao homem ao crer no Filho de Deus.

Como vivemos em um mundo onde as pessoas tendem a acreditar que seus caminhos são corretos aos seus próprios olhos, achamos difícil para muitos aceitar o padrão absoluto de retidão. Verdadeiro ou falso torna-se relativo, e muitos acreditam que podem fazer o que acham ou acham certo.

Aqui descobriremos por que os pontos de vista da Bíblia sobre a justiça se destacam entre os diferentes pontos de vista e valores que este mundo tenta oferecer.

Definição de Justiça

De acordo com Merriam-Webster, a Justiça é definida hoje como:

1: agir de acordo com a lei divina ou moral: livre de culpa ou pecado

2a: moralmente correta ou justificável, uma decisão justa

2b: decorrente de um senso ultrajado de justiça ou moralidade

Justiça do Homem vs. Justiça de Deus

A justiça, pelos padrões humanos, é definida como “a qualidade de ser moralmente verdadeiro ou justificável”. A justificativa é feita de acordo com a conformidade do comportamento com o regulamento (ou constituição, no contexto de uma nação).

Em seu significado espiritual mais profundo, justiça é a qualidade de estar certo aos olhos de Deus, incluindo caráter (natureza), consciência (atitude), conduta (ação) e comando (palavra). A justiça é, portanto, baseada no padrão de Deus porque Ele é o Legislador supremo (Isaías 33:22).

As leis da natureza, como gravidade, movimento, conservação de energia, etc. são originadas pelo Criador e revelam que o Deus do universo é o Deus da ordem (Salmos 33:5, 36:6). As leis de Deus, no entanto, não compreendem apenas as leis da natureza. Na Bíblia, as leis de Deus são demonstradas em Sua justiça, que regula a relação Deus-homem como o fundamento da relação entre os humanos e seus vizinhos (Salmo 9:8).

A justiça é um atributo centrado em Deus: nenhum homem pode alcançá-la por meio de seus próprios esforços além de Sua ordenança. Nós, humanos, estamos inclinados a seguir nossos próprios caminhos e usar nossos próprios caminhos em vez dos de Deus. (Observe que esse desejo egoísta de independência de Deus está em nossa natureza, não precisamos de ninguém para nos ensinar isso, mas sempre precisamos da disciplina para permanecermos fiéis no caminho de Deus). Em comparação com a justiça de Deus, nossas obras justas não são “nada além de trapos imundos” (Isaías 64:6).

Mas aqui está a boa notícia: a justiça não é legalista – não se trata de nossas conquistas na “escola da lei de Deus”. A justiça é um belo dom de Deus para a humanidade através do ato de amor de Cristo. Vejamos agora como a justiça de Deus se manifesta consistentemente em toda a Bíblia.

A Justiça de Deus no Antigo Testamento

Desde a queda do homem, o pecado entrou no mundo e causou maldade no coração humano. Em consequência, a lei é necessariamente dada devido à natureza rebelde do ser humano. Enquanto a justiça é explicada por aqueles que observam cuidadosamente todos os mandamentos de Deus (Deuteronômio 6:25, 13:17-18), a lei revela que nenhum homem pode satisfazer todas as suas exigências. Isso expõe nosso desamparo em relação à realização do padrão perfeito de Deus.

Surpreendentemente, Deus sempre recompensou o homem com Sua justiça pela fé, não por obras (mesmo desde a era do Antigo Testamento). A palavra justiça na Bíblia aparece pela primeira vez no relato da aliança de Deus com Abrão quando ele acreditou em Sua promessa de sua futura prole (Gênesis 15:6); isso foi antes mesmo de ele ser chamado de Abraão, um pai de muitas nações (significando que o plano de Deus nunca falharia, apesar de nossos comportamentos passados).

O caminho da justiça leva à vida, não à morte (Provérbios 12:28) porque Deus é a fonte última da vida. Significa que a justiça pertence somente a Deus; portanto, ao buscarmos a Deus, realmente encontramos Sua justiça. Buscar a justiça de Deus significa colocar Deus no centro de nossas vidas. E aqui está a verdade: Deus tem prazer naqueles que buscam a justiça (Provérbios 15:9, 21:3, 21:21).

A Justiça de Deus no Novo Testamento

Desde a morte e ressurreição de Cristo, o propósito da lei foi cumprido e, como resultado, todo aquele que crê Nele é acertado com Deus (Romanos 3:22, 10:4). Cristo é a revelação perfeita de Deus. Assim, nossa fé Nele nos leva à justiça de Deus (Romanos 1:17). Crer em Cristo é a obra da fé, não a obra da carne, que produz justiça (Romanos 4:5-6). Dito de outra forma, a justiça é a qualidade dada por Deus imputada ao homem ao crer em Cristo.

Quando Jesus morreu na cruz, Ele carregou todos os pecados da humanidade por nós. Como resultado, todo aquele que crê Nele é feito justo com Deus (2 Coríntios 5:21, 1 Pedro 2:24). A relação entre Deus e o homem, que foi quebrada por causa do pecado, é restaurada através do sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus. Notavelmente, o próprio Jesus certa vez revelou a Nicodemos a maneira como morreria muito antes de Sua crucificação:

“E assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também o Filho do Homem deve ser levantado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:14-15).

A serpente retrata Cristo carregando o pecado do mundo, e quem olhou para ele foi milagrosamente curado e permaneceu vivo (Números 21:9). Da mesma forma, todo aquele que confia em Jesus foi justificado e já tem paz com Deus (Romanos 5:1).

O que isso significa para os cristãos de hoje?

Agora, a importância de buscar a justiça também é ordenada por Jesus (Mateus 6:33) e Paulo (1 Timóteo 6:11). Assim como no Antigo Testamento; há o favor de Deus para aqueles que vivem para Sua justiça (Mateus 5:6, 10). E mesmo aqueles que crêem em Jesus Cristo tornaram-se filhos de Deus (João 1:12). Nele, somos eternamente amados por Deus incondicionalmente, assim como os filhos são eternamente amados por seus pais, não importa o que aconteça. Somos aceitos e justificados não por nossa própria bondade, mas pelo amor perfeito de Deus. Essa graça e misericórdia de Deus não significam uma licença para pecar (claro!). Tendo sido tão tremendamente amados pelo Pai Celestial, devemos expressar nossa gratidão vivendo continuamente em Sua retidão. A Deus seja a glória!

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