Por que Deus exige, busca ou solicita que nós O adoremos?
Enquanto o Senhor Jesus conversava com uma mulher samaritana que encontrou no poço de Jacó, Ele lhe disse algo sobre Deus Pai: “Está chegando o tempo, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque são esses os adoradores que o Pai procura” (João 4:23). Essa declaração de Jesus levanta algumas questões:
- Por que Deus busca pessoas para O adorar?
- Ele precisa de algo dos seres humanos para reforçar Sua autoestima? Ele obtém apoio emocional de nós?
- Ele necessita do reconhecimento e da adoração dos seres humanos para auxiliá-Lo de alguma forma?
Essas perguntas de quem as faz de forma sincera são legítimas e merecem uma resposta honesta. Essa resposta aponta para a própria natureza de quem Deus é e de quem somos nós, seres humanos, feitos à Sua imagem.
Refletindo a declaração de Jesus de que o Pai está buscando adoradores, existem diversas passagens do Antigo Testamento que afirmam de fato que Deus exige adoração. Por exemplo, Deus diz a Moisés, como parte dos Dez Mandamentos, “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3). Deus não quer que nenhum outro ser ou coisa ocupe o Seu lugar em nossa hierarquia de valores, exigindo total lealdade e compromisso dos Seus adoradores.
Nosso entendimento sobre a natureza de Deus, com base na Sua autorrevelação na Bíblia, inclui o fato de que Ele é o Criador e Sustentador de todo o cosmos. Ele é eterno, infinito e transcende Sua própria existência, não precisando de nada fora de Si para manter e sustentar Sua essência. Ele é o único Ser autoexistente. Em contraste, os seres humanos precisam de muitas coisas para sobreviver, como ar, água, alimento e sono. Sem esses elementos, deixaríamos de existir. Deus, porém, não necessita de nada disso. Ele simplesmente É eternamente, e a própria existência faz parte da realidade de quem Ele é.
O Deus que busca adoradores é, em Si mesmo, luz, amor e vida (1 João 1:5; 1 João 4:8; 1 João 5:20). Ele é a fonte verdadeira dessas realidades fundamentais. Nós, como criaturas, somos totalmente dependentes do nosso Criador para nossa existência e sustentação. O apóstolo Paulo declarou que, em Deus, “vivemos, nos movemos e existimos” (Atos 17:28). Deus nos proporciona o ar que respiramos, nossa capacidade de nos mover, a água que bebemos, os alimentos que desfrutamos e todo “dom bom e perfeito” (Tiago 1:17).
Como Deus é descrito como o próprio Amor — “Deus é amor” (1 João 4:8) — e sabendo que o Seu amor por nós é a forma mais elevada de amor, isto é, ágape, o mandamento de adorar Deus traz benefícios para nós, e não para Ele. Aquele que demonstra ágape é o dador; nós somos os recebedores.
Naturamente, damos valor às coisas e atribuímos importância a certos itens, ideias e pessoas. Todos nós possuímos uma hierarquia de valores, evidente na quantidade de tempo, dinheiro e energia que investimos em pessoas, projetos e posses.
O Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis sabe que, se não atribuirmos valor supremo a Ele — aquele que é luz, amor e vida — acabaremos valorizando outra coisa como a única digna ou valiosa. Essa outra coisa, que necessariamente será algo criado, jamais será digna de honra.
As coisas deste mundo são temporárias (ainda que não necessariamente sem importância) e perecíveis, sendo incapazes de nos proporcionar luz, amor e vida reais e eternas. Dedicar-nos a coisas passageiras nos conduzirá, eventualmente, à ruína. Deus sabe plenamente que nada na criação pode nos oferecer o que realmente necessitamos. Ele entende que nosso benefício último reside em conhecê-Lo e em termos um relacionamento pessoal com Ele, o único Deus verdadeiro e vivo, fonte de todas as bênçãos. O que mais precisamos é do próprio Deus.
Por essas razões, Deus Pai procura adoradores que O adorem “em espírito e em verdade” (João 4:23). Fomos criados para a adoração e, se deixarmos de adorar a Deus, acabaremos adorando algo diferente — um ídolo de nossa própria criação, algo temporário e perecível. Adorar o único Deus verdadeiro e vivo reorienta nossos corações e vidas para o que é supremo, capacitando-nos a amar corretamente a Deus e ao próximo. A verdadeira adoração mantém em destaque a grandiosidade de Deus e a graça de Jesus Cristo, enche nossos corações de gratidão e se traduz em uma vida cheia de propósito para a glória de Deus.