Por que Jesus teve que passar por tanto sofrimento?

Por que Jesus teve que sofrer tanto?

Jesus sofreu intensamente durante seus julgamentos, tortura e crucificação (ver referências dos Evangelhos). Seu sofrimento foi físico: Isaías 52:14 declara: “Havia muitos que se admiraram dele — sua aparência estava tão desfigurada, além da de qualquer homem, e sua forma, marcada para além da semelhança humana.” Seu sofrimento foi também emocional: “Todos os discípulos o abandonaram e fugiram” (Mateus 26:56). E, ainda, foi espiritual: “Deus fez dele, que não tinha pecado, o pecado por nós” (2 Coríntios 5:21). Jesus carregou o peso dos pecados de todo o mundo, e foi por causa do nosso pecado que Ele exclamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46). O brutal sofrimento físico de Jesus foi agravado por ter que suportar a culpa de nossos pecados e morrer para pagar nossa penalidade (Romanos 5:8).

Isaías já previu o sofrimento de Jesus: “Ele foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores, e familiarizado com o sofrimento. Como alguém de quem os homens se escondem, ele foi desprezado, e não o estimamos. Mas ele foi ferido por nossas transgressões, foi esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e por suas feridas fomos curados” (Isaías 53:3 e 53:5). Essa passagem especifica o motivo do sofrimento de Jesus: “por nossas transgressões”, para nossa cura e para nos trazer paz.

Jesus disse a seus discípulos que o Seu sofrimento era certo: “O Filho do Homem deve sofrer muitas coisas, ser rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos mestres da lei, ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar” (Lucas 9:22; veja também Lucas 17:25). Observe a palavra deve — Ele precisava sofrer e ser morto. O sofrimento de Cristo fazia parte do plano de Deus para a salvação do mundo.

O Salmo 22:14–18 descreve parte do sofrimento do Messias: “Como água, derramei-me; todos os meus ossos se desconjuntaram. Meu coração se tornou como cera; derreteu-se dentro de mim. Meu vigor secou como um pedaço de cerâmica, e minha língua se agarrou ao palato; lançaste-me no pó da morte. Cães me cercam; um bando de homens maus me envolve; eles furaram minhas mãos e meus pés. Posso contar todos os meus ossos; as pessoas me observam e se regozijam em mim. Dividem minhas vestes entre si e tiram sortes com minhas roupas.” Para que essa e outras profecias se cumprissem, Jesus teve que sofrer.

Mas por que Jesus sofreu de forma tão intensa? O princípio do inocente morrendo pelo culpado foi estabelecido no Jardim do Éden: Adão e Eva receberam roupas de pele de animal para cobrir sua vergonha (Gênesis 3:21) — assim, o sangue começou a ser derramado. Posteriormente, esse princípio foi reafirmado na Lei Mosaica: “É o sangue que faz expiação pela vida” (Levítico 17:11; veja também Hebreus 9:22). Jesus teve que sofrer porque o sofrimento é parte do sacrifício, e Ele era “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29). Sua tortura física foi o pagamento exigido pelos nossos pecados, pois somos redimidos “com o precioso sangue de Cristo, um cordeiro sem defeito nem mancha” (1 Pedro 1:19).

O sofrimento de Jesus na cruz revelou a natureza devastadora do pecado, a ira de Deus, a crueldade da humanidade e o ódio de Satanás. No Calvário, permitiu-se que a humanidade fizesse o pior com o Filho do Homem enquanto Ele se tornava o Redentor da humanidade. Embora Satanás possa ter pensado ter alcançado uma grande vitória, foi por meio da cruz que o Filho de Deus triunfou sobre Satanás, o pecado e a morte. “Agora é o tempo do juízo sobre este mundo; agora o príncipe deste mundo será expulso” (João 12:31; veja também Colossenses 2:15).

Jesus sofreu e morreu para garantir a salvação a todos aqueles que creem. Na noite de Sua prisão, enquanto orava no Getsêmani, Ele se entregou completamente à tarefa: “Pai, se for de tua vontade, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42). O cálice do sofrimento não foi retirado de Cristo; Ele o bebeu em favor de todos nós. Não havia outro caminho para que pudéssemos ser salvos.

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