Nossa identidade em Cristo é, antes de tudo, uma de novidade. Somos novas criaturas em Cristo. Identidade é definida como “o aspecto coletivo do conjunto de características pelo qual algo é definitivamente reconhecível ou conhecido”, de modo que nossa nova identidade em Cristo deve ser reconhecida tanto por nós mesmos quanto pelos outros. Se estamos “em Cristo”, isso deve ser evidente, assim como estar “no mundo” é igualmente perceptível. Outra definição de identidade é “a qualidade ou condição de ser o mesmo que outra coisa”. No caso de nossa identidade em Cristo, nossas vidas devem indicar que somos iguais a Cristo. O nome “cristãos” significa literalmente “seguidores de Cristo”.
Em nossa nova identidade, não somos mais escravos do pecado, mas estamos reconciliados com Deus. Essa transformação muda completamente o nosso relacionamento com Deus e com nossas famílias, assim como a maneira como enxergamos o mundo. Ter uma nova identidade em Cristo significa que possuímos o mesmo relacionamento com Deus que Cristo possui — somos Seus filhos. Deus nos adotou e podemos chamá-Lo de “Abba! Pai!”. Somos tanto co-herdeiros quanto amigos de Cristo, e esse vínculo se mostra ainda mais forte do que os que possuímos com nossas famílias terrenas. Em vez de temer a Deus como juiz, temos o privilégio de nos aproximar d’Ele como nosso Pai, com confiança para pedir aquilo de que precisamos, requerer Sua orientação e sabedoria e ter a certeza de que nada poderá nos separar d’Ele. Assim, descansamos em Sua autoridade e respondemos com uma obediência confiante, cientes de que essa obediência é essencial para permanecermos próximos a Ele.
A família de Deus abrange um vasto corpo de crentes que se unem para se aproximar d’Ele. Essa família se fortalece com os dons de cada um de seus membros, que buscam sempre o melhor uns para os outros, se encorajam e se perdoam mutuamente. Cada integrante tem um papel específico, desempenhado com respeito e graça. Acima de tudo, relacionamo-nos com amor — não apenas como sentimento, mas como um ato consciente e altruísta de sacrifício, que reflete o amor ágape do Deus que nos amou e se entregou por nós.
Não somos mais cidadãos deste mundo, pois estamos apartados dele. Compreendemos que fazemos parte de um reino celeste, governado por Deus. As coisas terrenas já não nos seduzem, e não damos ênfase ao sofrimento ou às provações deste mundo, nem valorizamos aquilo que o mundo oferece. Nossos corpos e ações mostram que nossas mentes não estão mais conformadas aos padrões deste mundo, mas se transformaram em instrumentos de justiça para Deus. Essa nova perspectiva de reino nos faz entender que nosso inimigo não são as pessoas ao nosso redor, mas as forças espirituais que se esforçam para impedir o conhecimento de Deus.
Tudo isso representa o ideal — o caráter de um seguidor maduro de Cristo. Uma das maiores bênçãos decorrentes de nossa identidade em Cristo é a graça que nos é concedida para que possamos crescer em maturidade espiritual, refletindo verdadeiramente essa nova identidade. Nossas vidas, à luz dessa nova identidade, se enchem da presença de um Pai celestial, de uma grande e amorosa família, e do entendimento de que somos cidadãos de um reino que não pertence a este mundo.






