Mais da metade da minha trajetória universitária foi marcada pela falta de fé em Cristo. Eu fora cristão e achava ser uma “boa pessoa”, digna do amor de Deus, mas esses sentimentos estavam repletos de um senso injustificado de direito. Ao ingressar na faculdade, fui exposto às áreas cinzentas da vida. Tornei-me cínico e senti que havia sido enganado durante toda a minha vida. Comecei a refletir intensamente sobre algumas dores da minha infância e culpava os outros, especialmente aqueles que me amavam e apoiavam, pelos problemas que enfrentava.
Eventualmente, esses sentimentos cínicos e a inveja daqueles ao meu redor me levaram a adotar um ateísmo convicto. De alguma forma, pensei que não acreditar em nada me tornava mais inteligente. Eu perambulava pela internet tentando “converter” os teístas ao ateísmo. Enganei a mim mesmo acreditando ser muito mais esperto do que os cristãos. Fingia ser um especialista em ciência e física, na autoridade bíblica e em conhecer os pensamentos e a fé de todos, mesmo sem conhecê-los, baseando muitos dos meus argumentos em ideias de Richard Dawkins e Christopher Hitchens. Eu realmente não via a hipocrisia que estava demonstrando. Ninguém a enxerga tão claramente. Nós, seres humanos, muitas vezes nos deixamos levar pela nossa própria arrogância, achando que nunca estaremos errados, mas, no fundo, nada preencherá o vazio em nossos corações exceto Deus.
Naquele tempo, comparava frequentemente Deus à Fada do Dente e a Unicórnios. Provocava sites como o GotQuestions.org por suposta ignorância sobre o funcionamento do mundo. Mesmo sendo apenas um adolescente, acreditava ser mais inteligente que todos porque havia lido obras como “O Delírio de Deus” e não tinha receio de afirmar que era ateu.
Apesar da fachada de superioridade, a tristeza persistia. Havia um vazio no meu coração e, quanto mais responsabilidades eu assumia, mais sentia vontade de desmoronar e chorar. Conquistei ótimas notas, mantinha uma excelente saúde física e estudava disciplinas que apreciava; acreditei que a arte e a ciência poderiam preencher o vazio em minha vida. Contudo, percebi que, mesmo com todas essas realizações, a tristeza e o vazio dominavam minhas emoções.
Eu me preocupava com a minha capacidade de persistir no mundo. Como manter todo aquele esforço quando o mundo era tão cruel? Como conseguir prover para os outros, quanto mais para mim mesmo? Foi então que, inesperadamente, peguei uma Bíblia – algo que nunca imaginei que faria novamente – e li Mateus 6:25. Esse momento inaugurou a minha jornada rumo à salvação. Algumas semanas depois, passei a manter um diário de oração, a conversar com amigos cristãos e a refletir profundamente sobre minha vida. Convidei Jesus para meu coração e senti uma satisfação e plenitude que jamais eu havia experimentado. A ciência, a força física, a arrogância, a arte, os elogios, o sexo e as drogas – todos esses caminhos que percorria em busca da felicidade – não se comparavam à glória de ser salvo.
Hoje, utilizo sites e fóruns semelhantes sempre que tenho dúvidas bíblicas durante meus estudos. É maravilhoso usar a internet para o bem. A tecnologia pode ser direcionada à vontade de Deus, se permitirmos que Ele nos guie. Manter contato com outros cristãos tem sido fundamental para o meu crescimento na fé, complementando o contato pessoal, o pertencimento a um ministério e, claro, a conexão com Deus.
Renunciei ao ateísmo que antes defendia com veemência e, com orgulho, afirmo que estava errado. Agora, sou salvo por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador.