É errado ter imagens de Jesus?

Pergunta:

É errado ter imagens de Jesus?

Quando Deus deu Sua Lei à humanidade, Ele iniciou com uma declaração de quem Ele é: “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei do Egito”, deixando claro que Israel não deveria ter outro Deus além d’Ele. Em seguida, proibiu a criação de qualquer imagem de algo “no céu acima, na terra abaixo ou nas águas abaixo” para o propósito de adoração ou de se prostrar diante dela. O aspecto fascinante da história do povo judeu é que eles desobedeceram esse mandamento mais do que qualquer outro. Repetidamente, fizeram ídolos para representar deuses e os adoraram – desde a criação do bezerro de ouro, no mesmo período em que Deus entregava os Dez Mandamentos a Moisés. Essa adoração de ídolos não apenas afastou os israelitas do Deus verdadeiro e vivo, mas também os levou a cometer outros pecados, como a prostituição no templo, orgias e até o sacrifício de crianças.

Claro, ter uma imagem de Jesus pendurada em uma casa ou igreja não significa, por si só, que se está praticando idolatria. É possível que um retrato ou um crucifixo se tornem objeto de adoração, mas nesse caso o erro é do adorador. Não há nada no Novo Testamento que proíba especificamente um cristão de ter uma imagem de Jesus. Uma representação pode servir de lembrete para orar, focar no Senhor ou seguir os passos de Cristo, mas os crentes devem reconhecer que o Senhor não pode ser reduzido a uma imagem bidimensional e que a oração ou adoração não devem ser dirigidas a um simples quadro. Uma imagem jamais será a representação completa de Deus ou exibirá com precisão toda a Sua glória, não devendo substituir a maneira como o vemos ou aprofundamos nosso conhecimento sobre Ele. Afinal, mesmo a mais bela representação de Jesus Cristo é apenas a concepção de um artista sobre como o Senhor poderia ter sido.

Na verdade, não sabemos como Jesus realmente se parecia. Se os detalhes de Sua aparência fossem essenciais, os evangelistas e os próprios irmãos de Jesus teriam fornecido uma descrição precisa – porém, o Novo Testamento não traz nenhuma informação sobre os atributos físicos de Cristo, deixando esses detalhes para a imaginação de cada um.

Certamente, não precisamos de uma imagem para compreender a natureza de nosso Senhor e Salvador. Basta contemplarmos a criação para reconhecer a glória de Deus, como está registrado nos salmos: “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra de suas mãos. Dia após dia eles anunciam a sua mensagem; noite após noite revelam o conhecimento.” Além disso, nossa existência como redimidos, santificados e justificados pelo sangue derramado na cruz deve manter o Senhor sempre presente em nossos corações.

A própria Bíblia, que é a Palavra de Deus, está repleta de descrições não físicas de Cristo que estimulam nossa imaginação e exaltam nossa alma. Ele é descrito como a luz do mundo; o pão da vida; a água viva que satisfaz a sede de nossas almas; o grande sumo sacerdote que intercede por nós junto ao Pai; o bom pastor que entrega Sua vida por suas ovelhas; o imaculado Cordeiro de Deus; o autor e consumador de nossa fé; o caminho, a verdade e a vida; e a imagem do Deus invisível. Um Salvador assim é infinitamente mais belo do que qualquer peça de papel pendurada na parede.

No livro Gold Cord, a missionária Amy Carmichael relata a história de Preena, uma jovem indiana que se tornou cristã e viveu no orfanato liderado por Miss Carmichael. Preena nunca tinha visto uma imagem de Jesus, pois a missão consistia em permitir que o Espírito Santo revelasse a presença de Cristo a cada uma das meninas, afinal, “quem, senão o Divino, pode mostrar o Divino?” Certo dia, Preena recebeu um pacote vindo do exterior. Ao abri-lo com entusiasmo, encontrou uma imagem de Jesus. Inocentemente, ela perguntou quem era, e, ao descobrir que se tratava do próprio Jesus, começou a chorar. Quando lhe perguntaram o que havia de errado, sua singela resposta foi: “Eu pensei que Ele fosse muito mais bonito do que isso.”

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