Cristo vem de Christos, palavra grega que significa “o ungido”, ou “o escolhido”.
A palavra hebraica que significa a mesma coisa é Mashiach, ou como a conhecemos – Messias. Portanto, Cristo é realmente mais um título do que um nome, embora a Bíblia o use nos dois sentidos. Por exemplo, a Bíblia muitas vezes se refere a Jesus pelo nome como “Jesus Cristo”, assim como fazemos no uso moderno (ver Mateus 1:1, 18; Marcos 1:1; João 1:17; 17:3; Atos 3:6; Romanos 3:24, etc.).
Mas também fala de Jesus como “o Cristo”, que significa “o ungido”, o Messias. Quando Jesus perguntou a Seus discípulos quem eles pensavam que Ele era, Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16). No interrogatório de Jesus pelos judeus pouco antes de Sua crucificação, o sumo sacerdote exigiu: “Diga-nos se Tu és o Cristo, o Filho de Deus!” (Mateus 26:63). E Lucas registra que, em uma ocasião, quando Jesus expulsou demônios de indivíduos, os demônios clamaram: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus!’ e Ele [Jesus] repreendendo-os, não permitiu que falassem, pois sabiam que Ele era o Cristo” (Lucas 4:41).
Jesus Cristo: O Ungido
Assim, Jesus Cristo combina Seu nome (Jesus) com Seu título (Cristo), significando Jesus, o ungido, ou Jesus, o escolhido. Jesus é Seu nome humano, conforme anunciado a Maria pelo anjo Gabriel (Lucas 1:31), e Cristo é Seu título, como o Filho de Deus escolhido e ungido.
O Antigo Testamento previu que Deus enviaria um escolhido — o Messias — para salvar o mundo do pecado. Já no Jardim do Éden, Deus disse a Adão e Eva que uma “semente” da mulher (um descendente) viria algum dia e destruiria Satanás e o pecado (Gênesis 3:15). Os salmos de Davi e as profecias de Daniel descreviam a obra e a vinda do Messias que Deus enviaria para salvar Seu povo de seus pecados (Salmos 16; 22; 45; 110; Daniel 9).
O povo judeu sabia que o Messias estava chegando, mas eles não entenderam o que Ele estava vindo para fazer. Eles acreditavam que o Messias — o Cristo — viria para estabelecer um reino na terra e libertá-los de seus mestres romanos. Mas Jesus Cristo veio para livrá-los de um cativeiro muito pior do que seu cativeiro a Roma. Jesus veio para livrá-los — e a nós — da terrível escravidão ao pecado.
Ungidos para libertar os cativos
No início de Seu ministério na Terra, Jesus foi à sinagoga de Nazaré no sábado e leu as Escrituras do dia.
Lucas diz: “E quando abriu o livro, encontrou o lugar onde estava escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para pregar o evangelho aos pobres; Ele enviou-Me para curar os quebrantados, para proclamar a liberdade aos cativos e a recuperação da visão aos cegos, para libertar os oprimidos; para proclamar o ano aceitável do Senhor’.
Então fechou o livro, devolveu-o ao atendente e sentou-se. E os olhos de todos os que estavam na sinagoga estavam fixos nele. E começou a dizer-lhes: ‘Hoje esta Escritura se cumpre na vossa escuta'” (Lucas 4:17-21).
Jesus leu essas palavras de Isaías 61, uma profecia da vinda do Messias, e então disse que Ele era Aquele a quem essa profecia se referia. Que Ele havia sido ungido para pregar o evangelho da salvação. Que Ele era o Cristo, o ungido.
Ungidos com Óleo e o Espírito Santo
No Antigo Testamento, aqueles que foram separados por Deus para posições de liderança espiritual ou política foram ungidos com óleo como símbolo de sua autoridade. Óleo foi derramado sobre as cabeças de sacerdotes, reis e profetas para indicar que Deus os havia escolhido e consagrado para a obra que Ele lhes dera para fazer.
A Bíblia registra duas vezes que Jesus foi ungido com óleo (Mateus 26:6, 7; Lucas 7:37, 38). Mas, mais importante, Jesus foi ungido por Deus por Seu papel como “o Cristo”. A Bíblia diz: “Deus ungiu Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, que andou fazendo o bem e curando todos os que foram oprimidos pelo diabo, pois Deus estava com Ele” (Atos 10:38).
Como “o Cristo”, Jesus foi o ungido de Deus que cumpriu as profecias do Antigo Testamento, o escolhido que veio para nos salvar do pecado e Aquele que prometeu voltar para inaugurar Seu reino eterno.