Pergunta
O que é a Festa das Semanas?
Resposta
Descrita em Levítico 23, a Festa das Semanas é a segunda das três “festas solenes” às quais todos os homens judeus eram obrigados a viajar até Jerusalém. Esta importante celebração recebe seu nome pelo fato de iniciar sete semanas completas – ou exatamente 50 dias – após a Festa dos Primeiros Frutos. Por ser realizada exatamente 50 dias depois, essa festa também é conhecida como “Pentecostes”, que significa “cinquenta”.
Cada uma das três festas solenes – a Páscoa, a Festa das Semanas e a Festa dos Tabernáculos – determinava que os homens judeus aptos se dirigissem a Jerusalém para participar da celebração e oferecer sacrifícios. Nessas ocasiões, era essencial que fossem feitas ofertas dos “primeiros frutos” no templo, como uma forma de gratidão pela provisão de Deus. Enquanto a Festa dos Primeiros Frutos celebrava os primeiros elementos da colheita de cevada, a Festa das Semanas comemorava os primeiros produtos da colheita do trigo, e a Festa dos Tabernáculos envolvia os primeiros frutos das colheitas de azeitona e uva.
Sendo uma das festas da colheita, os judeus eram instruídos a apresentar uma oferta de novo grão ao Senhor. Essa oferta consistia em dois pães, feitos com farinha fina e fermentada, que representavam os primeiros frutos daquela temporada. Além disso, eram oferecidos outros sacrifícios, como cordeiros do primeiro ano, um novilho e carneiros, obedecendo às prescrições estabelecidas nos textos sagrados. Outro mandamento importante determinava que, ao colher os campos, os judeus deveriam deixar intocados os cantos e não recolher os “resquícios” da colheita, providenciando, assim, sustento para os necessitados e estrangeiros.
Para os judeus, esse período festivo é conhecido como Shavuot, palavra hebraica que significa “semanas”. Esse é apenas um dos nomes pelo qual a celebração é conhecida – outros títulos incluem “Dia dos Primeiros Frutos” e “Festa da Colheita”, cada um ressaltando aspectos particulares de seu significado cultural e religioso tanto para judeus quanto para cristãos.
A Festa das Semanas ocorre exatamente 50 dias após a Festa dos Primeiros Frutos, situando-se, geralmente, no final da primavera, seja no final de maio ou no início de junho. Diferentemente de outras festas que começam em um dia específico do calendário hebraico, esta é calculada como “cinquenta dias até o dia após o sétimo sábado”.
Além de sua importância histórica, a Festa das Semanas é carregada de significado espiritual. Para muitos, os dois pães fermentados, oferecidos em ondas, antecipam o tempo em que o Messias reuniria judeus e gentios como um só povo. O uso de pão fermentado – em contraste com outras festas que utilizam apenas pão sem fermento – simboliza a presença do pecado na igreja, ou seja, no corpo de Cristo, até o momento da plena redenção.
A celebração também se conecta profundamente à narrativa do Novo Testamento. Jesus foi crucificado como o “Cordeiro Pascal” e ressuscitou na Festa dos Primeiros Frutos. Após quarenta dias de ensinamentos, Ele ascendeu ao céu, e cinquenta dias após sua ressurreição, enviou o Espírito Santo para habitar e capacitar Seus discípulos para o ministério. Esse envio ocorreu no Dia de Pentecostes, reforçando a ligação entre a festa judaica e os eventos fundamentais do cristianismo.
Com a chegada do Espírito Santo, os “primeiros frutos” da igreja foram colhidos – um marco que iniciou a colheita espiritual sob o Novo Pacto, processo que continua à medida que mais pessoas são salvas. Ademais, as Escrituras anunciam que haverá uma nova colheita, na qual Deus retornará Sua atenção a Israel, para que “todo Israel seja salvo”.






