O que é o Evangelho de Judas?

O que é o Evangelho de Judas?

Em algum momento da década de 1970, em uma caverna no Egito, foi descoberta uma cópia do “Evangelho de Judas”. As circunstâncias dessa descoberta foram descritas como duvidosas, com os detentores da cópia pedindo quantias exorbitantes pelo códice. Durante décadas, nenhuma instituição se mostrou disposta a adquiri-lo devido às origens questionáveis. Eventualmente, o códice foi comprado por uma fundação na Suíça. A existência do Evangelho de Judas foi tornada pública em 2004, mas a divulgação do conteúdo do códice foi adiada diversas vezes, sendo finalmente liberada em abril de 2006. A datação da escrita original do Evangelho de Judas é estimada em torno de 150 d.C., enquanto o códice egípcio remonta ao final do século III. Segundo relatos, até um terço do códice está faltando ou é ilegível.

Antes dessa descoberta, a única referência ao Evangelho de Judas estava nos escritos de um cristão do século II, Ireneu. Ele afirmava que o Evangelho de Judas era a “história inventada” de uma longa linhagem de hereges e rebeldes contra Deus. A mensagem central do texto é que Jesus desejava que Judas O traísse, pois isso seria necessário para cumprir o plano divino. Se a traição fazia parte do plano de Jesus, por que ele chamaria Judas de “filho da perdição” (João 17:12) e afirmava que teria sido melhor se Judas nunca tivesse nascido (Mateus 26:24)? E ainda, se Judas estava apenas seguindo as instruções de Jesus, por que ele cometeu suicídio ao perceber que Jesus havia sido condenado (Mateus 27:5)?

O Evangelho de Judas é considerado um evangelho gnóstico, que defende uma visão gnóstica do cristianismo. Em essência, trata-se de uma falsificação herética, semelhante ao Evangelho de Tomé, ao Evangelho de Maria e ao Evangelho de Filipe. Assim como Judas Iscariotes rejeitou e traiu Jesus com um beijo, o Evangelho de Judas rejeita o verdadeiro evangelho e a essência de Deus, apresentando uma aparência fraudulenta de validade.

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