O que é o pecado original?

Pergunta

O que é pecado original?

Resposta

O termo pecado original refere-se ao pecado de desobediência de Adão ao comer da árvore do conhecimento do bem e do mal e aos seus efeitos sobre toda a raça humana. Pode ser definido como “a corrupção moral que possuímos em consequência do pecado de Adão, resultando em uma disposição pecaminosa que se manifesta em um comportamento habitualmente pecaminoso.” A doutrina do pecado original concentra-se especialmente em seu efeito sobre a nossa natureza interna e nossa posição diante de Deus.

Pelagianismo

Essa visão afirma que o pecado de Adão não teve efeito sobre as almas de seus descendentes, exceto por fornecer um exemplo pecaminoso. O exemplo de Adão influenciou aqueles que o seguiram a pecar, mas, de acordo com essa perspectiva, o ser humano tem a capacidade de deixar de pecar se simplesmente assim o escolher. O pelagianismo contrasta com diversos trechos que indicam que o homem está irremediavelmente escravizado por seus pecados (exceto mediante a intervenção de Deus) e que suas boas obras são “mortas” ou sem valor para merecer a graça divina.

Arminianismo

Os arminianos entendem que o pecado original de Adão nos legou uma natureza corrupta e pecaminosa, que nos leva a pecar de maneira natural, assim como a natureza de um gato o leva a miar. Segundo essa visão, o ser humano não pode abandonar o pecado por si próprio; é a graça sobrenatural e capacitadora de Deus, denominada graça preveniente, em conjunto com o evangelho, que permite à pessoa fazer a escolha de exercer fé em Cristo. Vale notar que o ensino da graça preveniente não é explícito nas Escrituras.

Calvinismo

A doutrina calvinista do pecado original sustenta que o pecado de Adão não só resultou na nossa natureza pecaminosa, mas também na nossa culpa perante Deus, pelos quais mereceríamos punição. Ser concebido com o pecado original implica herdarmos uma natureza tão perversa que, conforme Jeremias 17:9, o coração humano é “mais enganoso que qualquer outra coisa e desesperadamente corrupto.” Segundo essa perspectiva, não apenas Adão foi considerado culpado por seu pecado, mas esse pecado foi imputado a nós, tornando-nos culpados e dignos de sua punição (a morte). Existem duas visões acerca de por que o pecado de Adão deve ser imputado a nós. A primeira sustenta que a raça humana estava, na forma de semente, contida em Adão; assim, quando Adão pecou, pecamos nele. A outra visão principal defende que Adão atuou como nosso representante, e, portanto, ao pecar, todos nós nos tornamos culpados.

Tanto os arminianos quanto os calvinistas ensinam o pecado original e afirmam que os indivíduos são incapazes de vencer o pecado sem o poder do Espírito Santo. A maioria dos calvinistas também defende a doutrina do pecado imputado; alguns arminianos negam essa imputação, enquanto outros acreditam que a morte de Cristo anulou os efeitos dessa imputação.

O fato do pecado original significa que não podemos agradar a Deus por nós mesmos. Não importa quantas “boas obras” realizemos, continuamos pecando e lidando com uma natureza corrupta. Precisamos de Cristo; é necessário nascermos de novo. Deus lida com os efeitos do pecado original em nossos corações através do processo de santificação. Como afirmou John Piper, “o problema da nossa contaminação moral e da prática habitual do pecado é resolvido ao sermos purificados pela obra do Espírito.”

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