O que há de tão bom na Sexta-feira Santa?

O que é Sexta-feira Santa e por que chamamos a Sexta-feira Santa de “boa” quando é um evento tão sombrio e sombrio que comemora um dia de sofrimento e morte para Jesus?

O que é Sexta-feira Santa?

Sexta-feira Santa, a sexta-feira que antecede a Páscoa, é o dia cristão que comemora a crucificação de Jesus e sua morte no Calvário. Este feriado cristão também é conhecido como Sexta-feira Santa, Sexta-feira Grande, Sexta-feira Grande e Santa e Black Friday.

Para os cristãos, a Sexta-feira Santa é um dia importante do ano porque celebra o que acreditamos ser o fim de semana mais importante da história do mundo. Desde que Jesus morreu e ressuscitou, os cristãos proclamaram a crucificação e ressurreição de Jesus como o ponto de virada decisivo para toda a criação. Paulo considerou “de primeira importância” que Jesus morreu por nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, seguindo a promessa de Deus nas Escrituras (1 Coríntios 15:3).

“Pelo que recebi, transmiti-vos como de primeira importância; que Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras, que foi sepultado, que ressuscitou no terceiro dia segundo as Escrituras” (1 Coríntios 15:3-4)

Na Sexta-feira Santa, lembramos o dia em que Jesus voluntariamente sofreu e morreu por crucificação como o sacrifício final por nossos pecados (1 João 1:10). Segue-se a Páscoa, a gloriosa celebração do dia em que Jesus ressuscitou dentre os mortos, anunciando a sua vitória sobre o pecado e a morte e apontando para uma ressurreição futura para todos os que estão unidos a Ele pela fé (Romanos 6:5).

Por que se chama ‘Sexta-feira Boa’?

Ainda assim, por que chamar o dia da morte de Jesus de “Sexta-feira Santa” em vez de “Sexta-feira Ruim” ou algo semelhante? Algumas tradições cristãs adotam essa abordagem: em alemão, por exemplo, o dia é chamado de Karfreitag, ou “Sexta-feira Dolorosa”. Em inglês, a origem do termo “Good” é debatida: alguns acreditam que ele se desenvolveu a partir de um nome mais antigo, “God’s Friday”. Independentemente da origem, o nome Sexta-feira Santa é inteiramente apropriado porque o sofrimento e a morte de Jesus, por mais terrível que fosse, marcaram o culminar dramático do plano de Deus para salvar seu povo de seus pecados.

Para que as boas novas do evangelho tenham significado para nós, primeiro precisamos entender as más notícias de nossa condição de pessoas pecadoras sob condenação. As boas novas da libertação só fazem sentido quando vemos como somos escravizados. Outra maneira de dizer isso é que é essencial entender e distinguir entre lei e evangelho nas Escrituras. Precisamos primeiro da lei para nos mostrar como nossa condição é desesperadora; então, o evangelho da graça de Jesus nos traz alívio e salvação.

Da mesma forma, a Sexta-Feira Santa é “boa” porque, por mais terrível que tenha sido esse dia, tinha que acontecer para recebermos a alegria da Páscoa. A ira de Deus contra o pecado tinha que ser derramada sobre Jesus, o substituto sacrificial perfeito, para que o perdão e a salvação fossem derramados para as nações. Sem aquele dia terrível de sofrimento, tristeza e sangue na cruz, Deus não poderia ser “justo e justificador” daqueles que confiam em Jesus (Romanos 3:26). Paradoxalmente, o dia que parecia ser o maior triunfo do mal foi, na verdade, o golpe mortal no gloriosamente bom plano de Deus para redimir o mundo da escravidão.

A cruz é onde vemos a convergência dos grandes sofrimentos e o perdão de Deus. Salmos 85:10 canta um dia em que “justiça e paz” “se beijarão”. A cruz de Jesus é onde isso ocorreu, onde as exigências de Deus, sua justiça, coincidiram com sua misericórdia. Recebemos perdão divino, misericórdia e paz porque Jesus voluntariamente tomou nosso castigo divino, resultante da justiça de Deus contra o pecado. “Porque a alegria que lhe foi posta” (Hebreus 12:2). Jesus suportou a cruz na Sexta-feira Santa, sabendo que ela levou à sua ressurreição, à nossa salvação e ao início do reino de justiça e paz de Deus.

A Sexta-feira Santa marcou o dia em que a ira e a misericórdia se encontraram na cruz. É por isso que a Sexta-Feira Santa é tão escura e tão boa.

Quando é a Sexta-feira Santa este ano?

Este ano, a Sexta-Feira Santa será no dia 7 de abril de 2023. A Sexta-feira Santa é sempre a sexta-feira que antecede a Páscoa.

Sexta-feira Santa na Bíblia

Profecia da Sexta-Feira Santa“Mas ele foi trespassado por nossas transgressões; foi esmagado por nossas iniquidades; sobre ele estava o castigo que nos trouxe paz, e com suas feridas somos curados”. (Isaías 53:5))

Sexta-feira Santa Cumprida: “Ele mesmo carregou nossos pecados em Seu corpo na árvore, para que morrêssemos para pecar e vivêssemos para a justiça. Por Suas feridas você foi curado”. (1 Pedro 2:24)

A crucificação de Jesus – Quando estavam saindo, encontraram um homem de Cirene chamado Simão, e o forçaram a carregar a cruz. Eles chegaram a um lugar chamado Gólgota (que significa “o lugar da caveira”). Ali ofereceram a Jesus vinho para beber, misturado com fel; mas depois de prová-lo, ele se recusou a beber. Quando o crucificaram, dividiram-lhe as roupas lançando sortes. E, sentados, vigiavam-no ali.

Acima de sua cabeça colocaram a acusação escrita contra ele: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. Dois rebeldes foram crucificados com ele, um à sua direita e outro à sua esquerda. Os que passavam por ali lançavam-lhe insultos, balançando a cabeça e dizendo: “Tu que vais destruir o templo e construí-lo em três dias, salva-te! Desça da cruz, se és o Filho de Deus!”

Da mesma forma, os principais sacerdotes, os mestres da lei e os anciãos zombavam dele. “Ele salvou os outros”, disseram eles, “mas não pode se salvar! Ele é o rei de Israel! Que ele desça agora da cruz, e nós creremos nele. Ele confia em Deus. Que Deus o salve agora, se o quiser, pois ele disse: ‘Eu sou o Filho de Deus’. Da mesma forma, os rebeldes que foram crucificados com ele também o insultaram. (Mateus 27:32-44))

A Morte de Jesus – Do meio-dia até às três da tarde a escuridão tomou conta de toda a terra. Por volta das três da tarde, Jesus gritou em alta voz: “Eli, Eli, lemasabachthani?” (que significa “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”). Quando alguns dos que estavam lá ouviram isso, disseram: “Ele está chamando Elias”.

Imediatamente um deles correu e pegou uma esponja. Encheu-o de vinagre de vinho, colocou-o num cajado e ofereceu-o a Jesus para beber. O resto disse: “Agora deixe-o em paz. Vamos ver se Elias vem salvá-lo”. E quando Jesus clamou novamente em alta voz, ele desistiu de seu espírito.

Naquele momento, a cortina do templo foi rasgada em dois de cima para baixo. A terra tremeu, as rochas se dividiram e os túmulos se abriram. Os corpos de muitas pessoas santas que haviam morrido foram ressuscitados. Eles saíram dos túmulos após a ressurreição de Jesus e foram para a cidade santa e apareceram para muitas pessoas.

Quando o centurião e aqueles com ele que estavam guardando Jesus viram o terremoto e tudo o que havia acontecido, ficaram apavorados e exclamaram: “Certamente ele era o Filho de Deus!” Muitas mulheres estavam lá, observando de longe. Eles seguiram Jesus da Galileia para cuidar de suas necessidades. Entre eles estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e José, e mãe dos filhos de Zebedeu. (Mateus 27:45-56))

Tradições da Sexta-feira Santa

Aqui estão algumas das tradições que os cristãos observaram na Sexta-feira Santa ao comemorar a morte de Jesus na Cruz.

Jejum e Oração Rigorosos

Muitos observam a Sexta-Feira Santa como um dia para jejuar e orar. O ato físico do jejum é abster-se de alimentos ou atividades para dedicar esse tempo à oração. Muitos cristãos observam a Sexta-Feira Santa como um dia de jejum e oração para se concentrar no sofrimento e sacrifício do Senhor, mas também como um dia para redirecionar a atenção para o Pai. O jejum e a oração removem as distrações e abrem uma oportunidade para ouvir o coração do Pai. O jejum na Sexta-feira Santa é uma maneira útil de unir o foco a Cristo.

Serviços da Igreja

Participar de um culto na igreja é comum na Sexta-feira Santa. O tempo pascal começa com a Quaresma seis semanas antes com um culto da Quarta-feira de Cinzas em muitas denominações e leva a eventos durante a semana pascal. A Quinta-feira Santa comemora a Última Ceia, a Sexta-feira Santa o sacrifício e o sofrimento de Cristo, e o Domingo de Páscoa celebra a promessa cumprida de Cristo ressuscitando exatamente como Ele prometeu. Muitas denominações têm cultos semanais, incluindo a Sexta-feira Santa, para refletir sobre um dia tão sombrio. Este ano, muitas igrejas estão realizando cultos virtuais para a Sexta-feira Santa e o Domingo de Páscoa

Hinos Solenes

O canto de hinos ou cânticos ao Senhor é uma forma de adorá-Lo através do canto. Algumas igrejas fazem observações específicas entre 12h e 3h, ou as horas em que Cristo estava na cruz para adorar ao Senhor em cânticos. Você pode cantar com as pessoas com quem você mora ou até mesmo fazer uma chamada de vídeo com seu pequeno grupo ou família e cantar juntos.

Sudário funerário

Esta prática da Sexta-Feira Santa é mais comum entre as igrejas católicas ortodoxa e bizantina. De acordo com OrthoChristian.com,

O Santo Sudário é retirado do altar na sexta-feira à tarde, durante as Vésperas do Grande Sábado, na terceira hora da Sexta-feira Santa – ou seja, a hora da morte de Jesus Cristo na cruz (o culto geralmente começa por volta das duas horas da tarde). O Santo Sudário é retirado do altar e colocado no túmulo no meio da igreja. Esta é uma plataforma elevada adornada com flores e perfumada como um símbolo de nossa tristeza pela morte de Cristo. O Evangelho está colocado no centro do Sudário. Enquanto o Sudário é executado, o hino “Nobre José” é cantado:

O nobre José, quando tirou o teu corpo puríssimo da árvore, envolveu-o em linho fino e ungiu-o com especiarias,


e colocou-o num novo sepulcro.

Oração pela Sexta-feira Santa

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