Qual é o argumento moral para a existência de Deus?
O argumento moral inicia-se com o fato de que todas as pessoas reconhecem algum código moral – a ideia de que certas coisas são certas e outras erradas. Sempre que discutimos sobre o que é certo ou errado, recorremos a uma lei superior que presumimos ser conhecida e seguida por todos, uma lei que não pode ser alterada arbitrariamente. Se há um padrão de certo e errado, isso implica a existência de uma lei superior, e toda lei pressupõe um legislador. Uma vez que a Lei Moral transcende a humanidade, ela requer um legislador universal. Esse legislador, segundo o argumento, é Deus.
Em apoio a essa ideia, observa-se que até mesmo as tribos mais isoladas – aquelas desconectadas do restante da civilização – apresentam um código moral semelhante ao das demais culturas. Embora possam existir diferenças em assuntos civis, virtudes como coragem e lealdade, bem como vícios como ganância e covardia, são universais. Se o homem fosse o autor desse código, esperar-se-ia uma variação tão grande quanto aquela observada em todas as demais invenções humanas. Além disso, o código moral não é meramente um registro do que a humanidade faz – raramente as pessoas vivem de acordo com seus próprios preceitos morais. Então, de onde vêm essas ideias sobre o que deve ser feito? Conforme mencionado em um dos livros da tradição cristã, a consciência moral tem origem em um legislador supremo, que está acima do homem. Se essa premissa fosse verdadeira, os fatos que observamos fariam todo o sentido, apontando para Deus como esse legislador.
De forma negativa, argumenta-se que o ateísmo não oferece uma base consistente para a moralidade, tampouco proporciona esperança ou significado para a vida. Embora esse ponto de vista, por si só, não constitua uma refutação definitiva do ateísmo, ele sugere que, se um sistema de crenças não consegue explicar o que sabemos ser instintivamente verdadeiro, ele deve ser repensado. Sem a existência de Deus, não haveria uma base objetiva para a moralidade, nem razão para a vida. Contudo, como todas essas coisas existem, conclui-se que Deus também existe. Dessa forma, esse é o argumento moral para a existência de Deus.
