Qual foi a estrela de Belém?
A estrela de Belém está associada ao nascimento de Cristo e à visita dos magos, conforme registrado em Mateus 2:1–12. O texto implica que a estrela de Belém apareceu somente para os magos do Oriente – provavelmente na região da Pérsia, ou no Irã atual. Não há registro bíblico de que mais alguém tenha observado a estrela de Belém.

Os magos do Oriente viram algo nos céus – a estrela de Belém – que os alertou sobre o fato de que o Messias judeu havia nascido. Eles não chamavam a estrela pelo nome “estrela de Belém”; em Mateus 2:2 referem-se a ela como “sua estrela”, pois era um sinal de que um rei estava nascendo. Essa estrela impulsionou os magos a viajar até Jerusalém, a capital de Israel – o lugar lógico para iniciar a busca pelo nascimento do Rei dos Judeus, especialmente para aqueles que desconheciam a profecia de Miqueias sobre Belém, conforme explicado em outros textos.
Em Jerusalém, os magos visitaram o rei Herodes e foram informados de que o novo rei que procuravam nasceria em Belém, e não em Jerusalém (Mateus 2:5). Após deixarem o palácio de Herodes, a estrela de Belém reapareceu para eles. De fato, a estrela “foi adiante deles até que parou sobre o local onde estava o menino. Ao verem a estrela, encheram-se de alegria” (versículos 9–10). Aparentemente móvel, a estrela conduziu os magos exatamente ao lugar onde encontraram Jesus.
As representações modernas do presépio costumam mostrar os magos visitando Jesus na noite de Seu nascimento; no entanto, isso provavelmente não foi o que ocorreu de fato. O rei Herodes descobriu, por meio dos magos, o “momento exato” em que a estrela de Belém apareceu pela primeira vez (Mateus 2:7) e, posteriormente, ordenou a morte de todos os meninos com até dois anos de idade em Belém (versículo 16). Herodes obviamente acreditava que a estrela de Belém surgira no momento do nascimento de Cristo; se estivesse certo, Jesus poderia ter até dois anos quando a mesma estrela guiou os magos pelas ruas de Belém. A palavra grega traduzida como “menino” em Mateus 2:9 pode significar desde um recém-nascido até uma criança pequena.
Portanto, os magos podem ter observado a estrela de Belém na noite em que Jesus nasceu, ou até mesmo até dois anos antes. De qualquer forma, encontraram Jesus ainda em Belém quando chegaram. É bastante provável que José e Maria tenham permanecido em Belém até que Maria pudesse viajar novamente – provavelmente pelos 40 dias necessários para completar sua purificação. Assim, eles poderiam facilmente percorrer os cerca de oito quilômetros até Jerusalém para o sacrifício relativo à purificação de Maria, conforme mencionado em Lucas 2:22. O fato de os magos terem chegado a uma “casa” (Mateus 2:11) e não a um estábulo faz sentido, pois José, naturalmente, teria levado sua família para um local mais protegido assim que possível – provavelmente na manhã seguinte ao nascimento de Jesus.
Após avistarem a estrela de Belém, os magos dirigiram-se a Jerusalém para procurar o Messias. Surge então a questão: como os magos persas conheceriam o Messias judeu? Sem dúvida, eles tiveram acesso aos escritos do profeta judeu Daniel, que fora o principal dos videntes na corte da Pérsia. A profecia em Daniel 9:24–27 estabelece um cronograma para o nascimento do Messias. Além disso, talvez estivessem cientes das palavras do profeta pagão Balaam, natural da cidade de Pethor, às margens do rio Eufrates, na região da Pérsia, conforme consta em Números 24:17. A profecia de Balaam menciona especificamente “uma estrela” e “um cetro” que emergiriam de Jacó.
O que exatamente foi a estrela de Belém? A palavra grega traduzida como “estrela” no texto é aster, o termo normal para designar uma estrela ou corpo celeste. Essa palavra aparece 24 vezes no Novo Testamento e, na maioria das vezes, refere-se a um corpo celeste. Ela pode ser usada para denotar anjos, como em Apocalipse 12:4, onde aster parece fazer referência aos anjos caídos que seguiram a rebelião de Satanás. As regras básicas de interpretação bíblica afirmam que devemos considerar o sentido normal de uma palavra, a menos que haja evidências contundentes que indiquem o contrário. Nesse caso, a estrela de Belém deve ser considerada um corpo celeste real. Muitos estudiosos da Bíblia apontam explicações naturais para a estrela de Belém, sugerindo que possa ter sido uma supernova, um cometa ou até mesmo um alinhamento planetário – ou seja, algo nos céus que proporcionou uma luminosidade fora do comum.
No entanto, há evidências que sugerem que a estrela de Belém não foi um fenômeno estelar natural, mas algo que a ciência não consegue explicar. Primeiramente, o fato de que a estrela pareceu aparecer somente para os magos indica que não se tratava de uma estrela comum. Ademais, embora corpos celestes normalmente se movam de leste para oeste devido à rotação da Terra, a estrela de Belém guiou os magos de Jerusalém, no sentido sul, até Belém. Além disso, ela os conduziu diretamente até o local onde José e Maria estavam, parando exatamente sobre a casa. Não há nenhum fenômeno estelar natural capaz de realizar tal feito.
Se o uso comum do termo “estrela” não se encaixa no contexto, o que então seria? É provável que a estrela de Belém descrita em Mateus 2:1–12 tenha sido um anjo ou uma manifestação da Glória Shekinah. O termo Shekinah, que literalmente significa “habitação de Deus”, representa a presença visível do Senhor. Antes desse episódio, a manifestação mais notável da Shekinah foi a coluna de nuvem que guiava os israelitas durante o dia e a coluna de fogo que os conduzia à noite (Êxodo 13:21). A Shekinah, evidentemente, pode conduzir as pessoas a locais determinados, tendo sido vista também em conexão com o ministério de Cristo (por exemplo, em Mateus 17:5 e Atos 1:9). Tanto um anjo quanto a Shekinah se encaixam nas evidências apresentadas. Não surpreende que Deus tenha usado um sinal milagroso para anunciar a vinda de Seu Filho ao mundo. Aqueles que tinham olhos para ver contemplaram com alegria essa manifestação da Glória Divina.






