A oração corporativa é importante? A oração corporativa é mais poderosa do que a oração individual?

É a oração corporativa importante? Ela é mais poderosa do que a oração individual?

A oração em conjunto é uma parte importante da vida da igreja, juntamente com o culto, a doutrina sólida, a comunhão e o convívio. A igreja primitiva se reunia regularmente para aprender os ensinamentos dos apóstolos, partir o pão e orar juntos. Ao orarmos com outros crentes, os efeitos podem ser muito positivos. A oração corporativa edifica e nos une enquanto compartilhamos nossa fé comum. O mesmo Espírito Santo que habita em cada crente faz com que nossos corações se alegrem ao ouvir louvores ao nosso Senhor e Salvador, criando um laço único de comunhão que não se encontra em nenhum outro aspecto da vida.

Para aqueles que se encontram sozinhos e enfrentando os fardos da vida, ouvir outros elevando suas súplicas pode ser um grande incentivo. Esse ambiente também desenvolve em nós o amor e a preocupação pelos demais, à medida que intercedemos em favor deles. Ao mesmo tempo, a oração em conjunto reflete o estado de espírito de cada indivíduo que participa. Devemos nos aproximar de Deus com humildade, sinceridade, obediência, com gratidão e confiança. Infelizmente, a oração coletiva pode se transformar em uma plataforma para aqueles cujas palavras não se dirigem a Deus, mas sim aos ouvintes. Jesus advertiu contra esse comportamento, exortando-nos a evitar orações ostentatórias, longas ou hipócritas, e a buscar, em vez disso, uma comunicação privada e sincera com o nosso Pai.

Não há nada nas Escrituras que sugira que as orações coletivas sejam “mais poderosas” do que as orações individuais no sentido de mover a mão de Deus. Muitos cristãos associam a oração ao ato de “obter algo de Deus”, fazendo com que a oração em grupo se transforme, muitas vezes, em um momento para recitar desejos pessoais. Entretanto, as orações bíblicas são multifacetadas, abrangendo o desejo de entrar em uma comunhão consciente e íntima com o nosso Deus santo, perfeito e justo. Esse relacionamento com Deus gera louvor, adoração, um sincero arrependimento e confissão, além de transbordar gratidão e súplicas intercessórias genuínas em favor dos outros.

A oração é, portanto, uma cooperação com Deus para realizar Seu plano, e não uma tentativa de moldá-Lo à nossa vontade. Ao deixarmos de lado nossos próprios anseios e nos submetermos àquele que conhece nossas circunstâncias melhor do que nós mesmos, nossas orações atingem seu nível mais elevado. Orações oferecidas em submissão à vontade divina são sempre respondidas de forma positiva, seja por uma pessoa ou por muitas.

A ideia de que orações coletivas têm mais probabilidade de mover a mão de Deus decorre, em grande parte, de uma interpretação equivocada de passagens que afirmam que, quando dois ou três estão reunidos em nome de Jesus, Ele está presente. Esse trecho, que originalmente trata dos procedimentos para a disciplina de membros na igreja, não deve ser entendido como uma autorização irrestrita para que qualquer pedido seja feito a Deus, independentemente de sua natureza. Tal interpretação não se coaduna com o contexto da disciplina e desconsidera a soberania de Deus.

Além disso, acreditar que a simples reunião de dois ou três indivíduos confere automaticamente algum tipo de poder especial às suas orações não encontra respaldo bíblico. Jesus está presente quando dois ou três se reúnem para orar, mas Ele também está com o crente que ora sozinho, mesmo que essa pessoa esteja a milhares de quilômetros dos outros. A oração em conjunto é relevante por promover unidade entre os crentes, encorajando-os mutuamente e impulsionando-os ao amor e às boas obras.

Deixe um comentário