É errado sentir decepção com Deus?
A decepção com Deus não é necessariamente errada ou pecaminosa; ela faz parte da condição humana. A palavra decepção significa “um sentimento de insatisfação quando as esperanças, desejos e expectativas não se concretizam”. Quando Deus, de alguma forma, não satisfaz nossas esperanças ou não corresponde às expectativas que temos d’Ele, a decepção se instala. Se Ele não age da maneira que imaginamos, acabamos nos desiludindo e ficando insatisfeitos com Sua atuação, o que pode levar a uma fé vacilante, sobretudo em relação à Sua soberania e bondade.
Quando Deus não age conforme pensamos que Ele deveria, não é por incapacidade, mas porque Ele escolhe agir ou não agir segundo Sua vontade perfeita e santa, a fim de cumprir Seus propósitos justos. Nada acontece fora do plano Divino, pois Ele controla cada molécula do universo e Sua vontade permeia todas as ações e decisões de cada pessoa, em todos os momentos. Como está escrito em Isaías – “o que Eu disse, isso cumprirei; o que planejei, isso realizarei” – até mesmo os pássaros fazem parte do Seu plano pré-determinado.
Há momentos em que Deus opta por nos revelar Seus planos e outros em que Ele não o faz. Às vezes entendemos o que está acontecendo; em outras, não. Mas uma coisa é certa: se pertencemos a Ele, todas as ações Divinas serão para o nosso benefício, mesmo quando não as compreendemos.
A chave para evitar a decepção com Deus é alinhar nossa vontade à Dele e nos submeter à Sua vontade em todas as situações. Essa postura não só nos afasta da decepção, como também elimina o hábito de reclamar diante dos acontecimentos em nossas vidas. Os israelitas, por exemplo, durante sua jornada pelo deserto, reclamaram e questionaram Deus em diversas ocasiões, mesmo diante de milagres como a separação do Mar Vermelho, a provisão de maná e codornizes, e a glória do Senhor manifestada por meio de uma coluna de fogo. Apesar de toda a fidelidade de Deus, eles se desiludiram porque não se conformavam com as maneiras Dele de agir, permanecendo num estado constante de confusão e turbulência, em vez de confiarem e se submeterem à Sua vontade.
Ao alinharmos nossa vontade à de Deus e conseguirmos dizer, assim como Jesus, “não a minha vontade, mas a tua seja feita”, encontramos o contentamento do qual Paulo falou ao aprender a estar satisfeito com o que quer que Deus lhe proporcionasse. Ele confiava e se submetia à vontade divina, certo de que um Deus santo, justo, perfeito, amoroso e misericordioso faria com que todas as coisas trabalhassem a seu favor, conforme prometido. Quando vemos Deus dessa forma, não há espaço para a decepção. Em vez disso, nos submetemos de bom grado ao nosso Pai celestial, confiantes de que Sua vontade é perfeita e que tudo o que acontece em nossas vidas é para o nosso bem e para a glória Dele.






