A definição de “mundano” no dicionário é “relacionado ou dedicado ao mundo temporal.” Assim, o materialismo é a condição de se preocupar excessivamente com os assuntos deste mundo, negligenciando, em troca, as coisas espirituais. A Bíblia tem muito a dizer sobre esse tema, e nada disso é positivo.
Paulo equipara o materialismo à imaturidade espiritual quando se dirige aos crentes da igreja de Corinto. Embora fossem chamados de “irmãos”, esses crentes ainda eram como bebês espirituais, incapazes de compreender os profundos mistérios de Deus que Paulo desejava compartilhar com eles. Eles se limitaram ao aprendizado básico da fé e pareciam satisfeitos em permanecer nessa condição, o que os levava a agir como se ainda pertencessem ao mundo que não foi salvo. Entre eles, havia disputas sobre qual apóstolo era superior, pois, em vez de seguirem a orientação divina, cada um buscava satisfazer seus próprios desejos e elevar a própria posição. Paulo os exortava a amadurecer na fé, para que deixassem para trás comportamentos materialistas.
As epístolas apresentam o materialismo como o exato oposto da piedade. A sabedoria do mundo não é, de fato, sabedoria, mas apenas tolice, especialmente no que se refere à religião. Isso se confirma nas discussões intermináveis sobre “espiritualidade”, onde muitos baseiam sua compreensão em ilusões meramente mundanas. Em contraste, a verdadeira sabedoria vem de Deus, manifestada na Sua Palavra, e a mensagem da cruz se revela como loucura aos olhos de quem confia apenas na sabedoria mundana. Assim, a verdadeira piedade sempre encontra oposição no mundo.
Além disso, Paulo menciona a “tristeza mundana”, que difere da tristeza piedosa oriunda do verdadeiro arrependimento. Enquanto a tristeza piedosa nasce do reconhecimento sincero do pecado diante de um Deus santo, a tristeza mundana tem suas raízes nas circunstâncias adversas – seja pela perda de amigos, bens, decepções, ou pela vergonha e desonra. Quando essas situações se normalizam, a tristeza mundana desaparece; já a tristeza piedosa só encontra alívio ao nos voltarmos para Cristo, que liberta do poder e das consequências do pecado.
Por fim, as Escrituras estabelecem uma distinção clara entre a amizade com Deus e a amizade com o mundo. A verdadeira amizade com o mundo equivale à inimizade com Deus, e qualquer pessoa que opte por essa aliança se coloca contra o Senhor. Podemos viver no mundo ou no reino, mas jamais em ambos, pois são estados completamente opostos. Aqueles que escolhem o materialismo se alinham com o inimigo, uma vez que tudo o que é deste mundo está sob o domínio de Satanás. Ao optar pelo mundo, alistamo-nos no exército do mal e nos tornamos adversários de Deus.
Para o cristão, a escolha não pode ser mais clara. Para evitar o materialismo, é necessário amadurecer na fé, crescendo em todas as áreas em Cristo, de modo que deixemos de ser bebês espirituais facilmente influenciados pelas mentiras do mundo. É preciso discernir a diferença entre a sabedoria de Deus e a tolice da sabedoria mundana, o que só se alcança por meio de um estudo diligente da Palavra, buscando a orientação divina em oração e cultivando a comunhão com outros crentes maduros que possam nos incentivar a rejeitar o materialismo e abraçar a piedade.
