As mulheres cristãs devem usar maquiagem ou joias?

Deve a mulher cristã usar maquiagem ou joias?

Alguns cristãos acreditam que é errado para as mulheres usarem maquiagem ou joias, citando passagens do Novo Testamento que parecem proibir tais práticas. Embora sejamos respeitosos com as convicções daqueles que se reinventam em Cristo, também queremos ter certeza de que nossos ensinamentos não vão além do que a Palavra de Deus realmente diz. Não queremos “ensinar ideias feitas pelo homem como mandamentos de Deus”.

Ao examinar a questão do uso de maquiagem ou joias, partimos do princípio expresso em 1 Samuel 16:7b: “O Senhor não olha para o que o homem vê; o homem olha para o exterior, mas o Senhor olha para o coração”. Esse versículo estabelece um princípio fundamental a respeito das limitações da nossa perspectiva: naturalmente, focamos no externo, enquanto Deus enxerga a verdade interna. Isso não quer dizer que o visual não tenha importância – comunicamos muitos sentimentos e intenções por meio dele –, mas as aparências podem enganar, e o aspecto do coração permanece o que realmente importa.

No contexto das orientações para o culto público, Paulo ensina: “Quero também que as mulheres se vistam de forma modesta, com decência e de maneira adequada, adornando-se, não com penteados elaborados, nem com ouro, pérolas ou roupas caras, mas com boas obras, como convém às mulheres que professam adorar a Deus”. Dessa passagem, algumas mulheres optam por evitar completamente o uso de maquiagem ou joias.

É importante notar dois pontos nessa passagem. Em primeiro lugar, há um padrão de vestimenta que é adequado para uma mulher em um serviço de adoração. Paulo não especifica detalhes, mas deixa implícito que a roupa da mulher deve ser modesta, decente e respeitável. Vestir algo que seja considerado imoderado, indecente ou desrespeitável é inadequado. Embora a definição de modéstia possa variar conforme as normas culturais, cada crente deve buscar discernir o que evita causar ofensa.

Em segundo lugar, há uma distinção entre o adorno apropriado para as mulheres que adoram a Deus e o adorno impróprio. O verdadeiro enfeite para uma mulher piedosa são as boas obras. Um exemplo citado é o de uma mulher que se destacava por “sempre fazer o bem e ajudar os pobres”. Por outro lado, a prática de enfeitar-se de maneira a evidenciar orgulho ou a chamar atenção para sua aparência externa – como penteados elaborados, uso de ouro e pérolas ou roupas exorbitantemente caras – desvia o foco do culto. O serviço de adoração deve centrar-se no Senhor, não na moda, na ostentação ou em tendências passageiras. Se uma mulher gasta tempo e dinheiro de forma excessiva com sua aparência, suas prioridades podem estar desalinhadas.

Outro ensinamento relevante encontra-se em 1 Pedro 3:3–5, que diz que “a beleza da mulher não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados, uso de joias de ouro ou vestes finas. Pelo contrário, seja a pessoa interior, com um coração tranquilo e sereno, que tem grande valor aos olhos de Deus. Assim, em tempos passados, as mulheres santas usavam sua esperança em Deus para se adornar”. Esse trecho reforça a diferença entre a beleza passageira do exterior e a beleza eterna do interior.

Em resumo, não há nada de intrinsecamente errado no uso de joias, maquiagem ou penteados trançados, desde que sejam usados de forma modesta. Tais adornos, por si sós, jamais substituem boas obras ou um espírito humilde. A mulher cristã não deve colocar sua identidade e valor na aparência externa a ponto de negligenciar sua vida espiritual. O culto deve ser direcionado ao Senhor e à prática do amor ao próximo. Se o tempo e os recursos destinados à aparência estão sendo mal direcionados, é sinal de que as prioridades precisam ser revistas.

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