Os cristãos são ao mesmo tempo pecadores e santos. Todos os seres humanos são pecadores, pois nascemos em pecado. Entretanto, nem todos são santos. De acordo com a Bíblia, um santo não é alguém que realizou feitos extraordinários, nem é alguém declarado santo por uma igreja ou organização. A palavra traduzida como “santo” no Novo Testamento, hagios, significa literalmente “sagrado, fisicamente puro; moralmente impecável ou religioso; cerimonialmente consagrado; santo”. No contexto dos textos do Novo Testamento, santos são aqueles que pertencem ao corpo de Cristo, salvos pela graça mediante a fé. Em outras palavras, “santo” é outra forma de dizer cristão, um verdadeiro crente no Senhor Jesus Cristo.

É uma verdade bíblica clara que todos nascemos em pecado e carregamos uma natureza pecaminosa. As Escrituras afirmam que Deus criou a humanidade originalmente boa e sem uma natureza de pecado: “Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.’ … Deus criou o homem à sua própria imagem; criou-o à imagem de Deus; homem e mulher os criou”. Contudo, o relato da queda de Adão e Eva em Gênesis demonstra que, com o pecado, essa natureza foi introduzida e transmitida de geração em geração. Assim, cada ser humano é, por essência, um pecador.
Por outro lado, os santos não nascem santos; eles se tornam santos por meio do renascimento espiritual. Como todos “pecaram e estão destituídos da glória de Deus”, há uma necessidade de renascimento espiritual para que deixemos de viver em pecado eternamente. Deus, em Sua grande misericórdia e graça, proporcionou o único meio para transformar um pecador em santo: o Senhor Jesus Cristo, que veio “para dar Sua vida como resgate por muitos”. Ao reconhecermos nossa necessidade de um Salvador que nos liberte do pecado e aceitarmos Seu sacrifício na cruz por nós, nos tornamos santos.
Não há hierarquia entre os santos. Todos que, pela fé, pertencem a Cristo são santos, sem que haja alguém mais “santo” que o outro. O apóstolo Paulo, que não é mais santo do que o cristão mais simples, inicia sua primeira carta à igreja de Corinto declarando que eles foram “santificados em Cristo Jesus e chamados para ser santos, juntamente com todos os que, em qualquer lugar, invocam o nome do nosso Senhor Jesus Cristo”. Essa passagem nos revela que todos que clamam por salvação em Cristo se tornam santos, santificados pelo Senhor, fazendo de nós concidadãos dos santos e membros da família de Deus.
Não nos tornamos santos por sermos declarados assim por uma igreja, nem podemos conquistar essa condição por meio de nossas obras. Uma vez salvos pela fé, somos chamados a viver de acordo com nosso chamado como santos de Deus: “Mas, assim como Aquele que os chamou é santo, sejam vocês também santos em toda a conduta; pois está escrito: ‘Sejam santos, porque eu sou santo’”. Embora os santos não sejam isentos do pecado, suas vidas refletem a presença de Cristo em seus corações, naqueles em quem “vivemos, nos movemos e existimos”.






