Deus tem um corpo físico?
Tanto a Bíblia quanto a boa filosofia afirmam que Deus é não físico – espírito. Nenhum objeto material pode representar a essência do Criador. Tudo o que é criado é, por natureza, finito e limitado, enquanto Deus, a primeira causa e o não-criado, precisa ser infinito. O que se encontra além da finitude é, por definição, infinito. Assim, o que é físico não pode abarcar o infinito, pois somar partes finitas jamais atingirá a totalidade do infinito. Dessa forma, Deus é espírito; Ele não é composto de matéria ou de qualquer outra substância imaginável, não pode ser medido, não ocupa espaço e não possui uma localização real, já que “presença” é um conceito distinto.
Compreender essa verdade ajuda a interpretar a linguagem metafórica frequentemente utilizada para descrever Deus ou, mais precisamente, as Suas ações nas Escrituras. Ao eliminar todas as limitações de uma afirmação sobre Deus, resta o que é realmente verdadeiro. Se nada resta, trata-se unicamente de uma metáfora. Algumas metáforas utilizam atributos presentes na própria criação, enquanto outras atribuem características humanas (antropomorfismo). Dessa maneira, avançamos do que conhecemos pela experiência para o que se revela por meio das metáforas. Por exemplo, quando as Escrituras mencionam o “braço poderoso” de Deus, o termo “braço” — limitado por sua própria natureza — serve de imagem para transmitir a ideia de um poder ilimitado, isto é, a onipotência. De forma semelhante, ao se referir à “mente” de Deus, entende-se que, embora a mente humana possua limites, o conhecimento divino é realmente infinito, representando a onisciência.
Houve ocasiões em que Deus se manifestou com forma física para que os homens pudessem vê-Lo sem se exporem a maiores perigos, considerando que “ninguém pode ver-me e viver”. Nessas ocasiões, Ele escolheu revelar-Se em forma humana. Tais manifestações prefiguram a encarnação, na qual Deus assumiu a forma humana para habitar entre nós, revelando-Se como Emmanuel, “Deus conosco”.
