Pergunta
Resposta
Devido às suas origens decididamente pagãs, a resposta à pergunta se os cristãos deveriam celebrar o Halloween é um retumbante não. A resposta à dúvida se os cristãos podem participar das atividades do Halloween sem comprometer a sua fé é mais complexa. Alguns cristãos se juntam ao Halloween simplesmente se fantasiando e se divertindo, considerando-o inocente e inofensivo. Outros, porém, estão conviccionados de que qualquer forma de participação é pecaminosa, pois veem o Halloween como um feriado satânico, criado para adorar espíritos malignos e promover a escuridão e a maldade. Assim, quem está certo? É possível para os cristãos participarem do Halloween sem comprometer sua fé?
Por mais comercializado que seja, o Halloween tem origens quase que inteiramente pagãs. Por mais inocente que possa parecer para alguns, não se trata de algo a ser encarado levianamente. Os cristãos tendem a observar ou evitar o Halloween de diversas maneiras. Para alguns, isso significa organizar uma festa alternativa de colheita. Para outros, é uma questão de se afastar de fantasmas, bruxas, goblins e afins, optando por fantasias inocentes, como pequenas princesas, palhaços, cowboys, super-heróis etc. Há ainda aqueles que preferem não fazer nada, escolhendo se recolher em casa com as luzes apagadas.
Embora as Escrituras não mencionem o Halloween, elas nos oferecem princípios para que possamos tomar uma decisão. No Antigo Testamento, a feitiçaria era considerada um crime punível com a morte (Êxodo 22:18; Levítico 19:31; Levítico 20:6 e 20:27). O Novo Testamento é claro quanto ao oculto. Em Atos 8:9-24, a história de Simão demonstra que o ocultismo e o cristianismo não se misturam. O relato de Elimas, o feiticeiro, em Atos 13:6-11 evidencia que a feitiçaria é fortemente contrária ao cristianismo. Paulo chegou a chamar Elimas de filho do diabo, inimigo da justiça e pervertedor dos caminhos de Deus. Em Atos 16, em Filipos, uma jovem que praticava a adivinhação perdeu seus poderes demoníacos quando o espírito maligno foi expulso por Paulo. O interessante é que Paulo se recusou a permitir que sequer comentários positivos viessem de uma pessoa influenciada por demônios. Em Atos 19, novos convertidos romperam abruptamente com seu antigo envolvimento com o oculto, confessando, revelando suas más ações, reunindo seus apetrechos mágicos e os queimando diante de todos (Atos 19:19).
Então, um cristão deve participar do Halloween? Há algo de errado em se fantasiar com um traje inocente e sair pela vizinhança pedindo doces? Não, não há. Contudo, existem aspectos do Halloween que vão contra os princípios cristãos e que devem ser evitados completamente. Se os pais permitirem que seus filhos participem, é importante garantir que eles não se envolvam nos elementos mais sombrios da data. Se os cristãos decidirem participar do Halloween, sua atitude, vestimenta e, principalmente, seu comportamento devem refletir uma vida redimida (Filipenses 1:27). Muitas igrejas promovem festivais de colheita que incorporam fantasias em um ambiente piedoso, e há cristãos que distribuem folhetos que compartilham o evangelho junto com os doces. A decisão, em última análise, cabe a cada um no espírito da liberdade cristã, mas devemos sempre agir segundo os princípios expressos em Romanos 14. Não podemos deixar que nossas convicções acerca de um feriado causem divisão no corpo de Cristo, nem usar nossa liberdade de modo a fazer com que outros tropecem em sua fé. Devemos fazer todas as coisas para a glória de Deus (1 Coríntios 10:31).