O amor descrito na Bíblia é bastante diferente daquele defendido pelo mundo. O amor bíblico é altruísta e incondicional, enquanto o amor mundano é marcado pelo egoísmo. Em diversas passagens, vemos que o amor não existe separadamente de Deus e que o verdadeiro amor só pode ser experimentado por aquele que vivencia, de primeira mão, o amor de Deus.
Um exemplo é a passagem que resume os mandamentos com a regra “Ame o seu próximo como a si mesmo”. Essa mensagem deixa claro que o mandamento não é um convite para o egoísmo, mas uma orientação para que tratemos os outros com o mesmo cuidado e consideração com que cuidamos de nós mesmos. A Escritura assume que já temos um amor próprio natural e que, muitas vezes, o problema está justamente em amarmos a nós mesmos em excesso, colocando nossos interesses à frente dos demais.
Na parábola do Bom Samaritano, por exemplo, apenas o samaritano demonstrou ser um verdadeiro próximo ao socorrer o homem ferido. Enquanto um sacerdote e um levita se recusaram a ajudar, o samaritano ofereceu seu tempo, recursos e dinheiro sem se preocupar consigo mesmo, mantendo o foco no outro. Essa história ilustra o que significa amar o próximo com a mesma intensidade com que cuidamos de nós mesmos.
Para alcançar essa maturidade cristã, é necessário tirar o foco de si mesmo e se dedicar ao cuidado do outro. A humildade e a disposição de valorizar o outro acima de nossos próprios interesses são essenciais para viver esse amor. Qualquer comportamento que coloque o eu em primeiro lugar perde o standard de amor que Cristo nos ensinou.
Entretanto, nada disso deve ser interpretado como uma mensagem para nos vermos como “sem valor”. A Bíblia ensina que somos criados à imagem de Deus, fato que nos confere um valor imensurável. A visão equilibrada da Escritura é que somos criações únicas, amadas por Deus mesmo diante do pecado, e redimidas por Cristo. É desse amor perene que somos capazes de amar o próximo.
Ao amarmos o outro com base no amor constante de Deus revelado em Cristo, mostramos o verdadeiro sentido de amar, deixando de lado a autoabsorção e priorizando o bem do nosso próximo.