O que é Ciência Religiosa?
A Ciência Religiosa começou em 1927, quando um homem chamado Ernest Holmes foi incentivado a organizar um grupo para estudar formalmente os seus ensinamentos sobre espiritualidade metafísica. Holmes estudou os ensinamentos da ciência da mente de Dr. P. Quimby, Mary Baker Eddy, Charles Fillmore e Ralph Waldo Emerson, além do misticismo oriental e de religiões como o hinduísmo. Ele incorporou um pouco de cada tradição (como a Ciência Cristã, o Unity, o transcendentalismo etc.) e formulou seu próprio sistema de crenças, sobre o qual passou a proferir palestras. Foi após a escrita do livro A Ciência da Mente que seus ensinamentos se tornaram muito populares, culminando na formação do Instituto de Ciência Religiosa e da Escola de Filosofia. Mais grupos foram surgindo a cada ano, até meados da década de 1950, quando os líderes do Instituto propuseram a criação de um órgão central para supervisionar as diversas reuniões. Muitas das “igrejas” resistiram a essa ideia, o que gerou uma cisão. Dessa divisão, formaram-se a Igreja Unida da Ciência Religiosa — também conhecida como Science of Mind — e a Religious Science International. Ambos os grupos compartilham o mesmo sistema de crenças básico, embora os ensinamentos possam variar consideravelmente, convivendo de forma harmoniosa.
A essência da crença na Ciência Religiosa está na ideia de que Deus está em toda parte e que tudo está em Deus, conceito também conhecido como panteísmo. Dessa forma, promove-se o contato com esta Fonte onipresente e a união com ela. A Ciência Religiosa sustenta que todos os caminhos levam a Deus, utilizando, portanto, toda a literatura sagrada para definir e discutir princípios espirituais para a vida, sendo que a Bíblia é apenas uma entre muitas. No entanto, a chave para desvendar os mistérios de Deus não se encontra em um livro ou em escritos, mas dentro de cada indivíduo, e é isso que os ensinamentos pretendem mostrar.
De forma evidente, a Ciência Religiosa se desvia completamente dos ensinamentos bíblicos. Não há uma única doutrina bíblica considerada Verdade pelos cristãos que seja aceita pela Ciência Religiosa. De Deus ao pecado, da criação à salvação, cada crença dos adeptos da Ciência Religiosa se opõe diretamente às Escrituras. É o que foi mencionado em 1 João 4:1–3, onde se alerta para não se crer em todo espírito, mas para provar os espíritos, a fim de discernir se são de Deus, pois muitos falsos profetas já atuaram no mundo. O “espírito” que permeia a Ciência Religiosa equivale ao espírito do anticristo, identificado com Satanás, que “perambula como um leão voraz, procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5:8).
Segundo essa corrente, a salvação advém da realização de que se é, na verdade, parte de Deus, e da remoção do que há de negativo na vida por meio de princípios científicos e filosóficos. Assim como outras religiões que se afastam do cristianismo, a Ciência Religiosa nega a divindade de Cristo e prega uma salvação baseada em obras. Contudo, conforme dito por Cristo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). Efésios 2:8–9 ressalta que a salvação é um dom de Deus, concedido pela graça por meio da fé, e não resultado de obras, para que ninguém se vanglorie.