O que é a falácia genética?

O que é a falácia genética?

Uma falácia genética é um argumento ilógico a favor ou contra uma ideia baseado em sua origem. Um exemplo disso é a afirmação “Vai chover na terça-feira porque meu pai disse assim.” Mesmo que o pai seja uma pessoa íntegra, isso não garante que ele saiba com certeza o que o tempo trará no futuro. Outro exemplo é: “Este livro é terrível – afinal, veja quem o escreveu.” Quem recorre a essa falácia avalia algo unicamente pela fonte ou pela história da ideia, em vez de julgar seus reais méritos ou deméritos.

Em João 1, Nathanael é convidado a conhecer Jesus de Nazaré e quase comete essa falácia ao dizer: “Nazaré! Pode algo bom vir daí?” Em outras palavras, Nathanael julgava os nazarenos com base em sua origem, presumindo que o local de onde um homem vem bastava para formar uma opinião sobre ele. Contudo, esse raciocínio estava equivocado, já que Jesus, apesar de ser de Nazaré, era o Messias prometido.

A falácia genética também aparece em argumentos relacionados à religião. O raciocínio passa a ser: “A fé dessa pessoa é irrelevante porque ela provavelmente aprendeu essa fé com os pais.” Essa declaração não busca avaliar a validade ou a relevância da crença, mas simplesmente a rejeita com base no fato de ter sido adquirida na infância.

Essa falácia é problemática porque a verdade de uma afirmação não depende da origem do conceito. Mesmo uma fonte habitualmente menos confiável pode estar correta em determinadas situações, e até mesmo as fontes mais respeitadas podem se equivocar em alguns momentos (exceto em casos de inspiração divina). Um conceito filosófico ou teológico é verdadeiro ou não o é; não importa como alguém tenha chegado a acreditar nele ou quem, no passado, o defendia como verdadeiro.

Ao mesmo tempo, é importante considerar os argumentos sobre as origens na religião. As pessoas não devem seguir cegamente uma religião apenas porque é a mesma de seus pais. Cada indivíduo é responsável por suas próprias crenças e por sua relação com Deus. Embora uma fé aprendida na infância não seja necessariamente falsa, ela também não é necessariamente verdadeira. Por isso, os crentes devem estudar as Escrituras e ser capazes de fundamentar suas crenças independentemente da tradição familiar ou eclesiástica.

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