O que é o movimento da igreja emergente?

O que é o movimento da igreja emergente/emergente?

O movimento da igreja emergente, ou emergente, recebe esse nome a partir da ideia de que, à medida que a cultura se transforma, uma nova igreja deve surgir em resposta. Nesse caso, trata-se da reação de diversos líderes religiosos à era atual do pós-modernismo. Embora o pós-modernismo tenha se iniciado na década de 1950, a igreja só passou a buscar conformidade com seus preceitos nos anos 1990. Pode-se pensar no pós-modernismo como uma dissolução do “fato frio e rígido” em favor de uma “subjetividade calorosa e acolhedora”. De forma similar, o movimento da igreja emergente pode ser compreendido dessa maneira.

Esse movimento está alinhado com o pensamento pós-modernista básico, ou seja, valoriza a experiência em detrimento da razão, a subjetividade em detrimento da objetividade, a espiritualidade em vez da religião, imagens em vez de palavras, o exterior em vez do interior e os sentimentos em vez da verdade. Essas características são respostas ao modernismo e são consideradas necessárias para um engajamento ativo com a cultura contemporânea. Todavia, como o movimento ainda é relativamente novo, não existe um método padrão para “fazer” igreja entre os grupos que adotam essa mentalidade. De fato, a igreja emergente rejeita qualquer metodologia padronizada para a prática de suas atividades. Assim, os grupos podem levar a abordagem pós-modernista do Cristianismo a níveis variados: alguns adotam apenas pequenas mudanças para impactar sua comunidade mantendo a fidelidade bíblica, enquanto a maioria abraça o pensamento pós-modernista de forma que resulta em uma interpretação bastante liberal e flexível da Bíblia, o que acaba por favorecer doutrinas e teologias liberais.

Por exemplo, ao valorizar a experiência mais do que a razão, a verdade passa a ser considerada relativa. Esse relativismo pode acarretar diversos problemas, pois abala o princípio de que a Bíblia contém a verdade absoluta, minando a crença de que essa verdade pode ser universal. Se a Bíblia deixa de ser nossa fonte de verdade absoluta e a experiência pessoal se torna o critério para definir o que é verdade, a fé salvadora em Jesus Cristo perde seu significado.

Outro aspecto em que o movimento se mostra contrário aos ensinamentos bíblicos é a ênfase no ecumenismo. A unidade entre pessoas de diferentes origens religiosas e a diversidade na expressão do culto coletivo são pontos centrais desse movimento. Contudo, ser ecumênico implica em compromissos que podem levar à diluição das Escrituras, com o objetivo de não ofender grupos que se afastaram dos ensinamentos originais. Essa prática contrasta com passagens bíblicas, como a carta de Jesus à igreja de Pérgamo, em Apocalipse 2:14-17, onde se adverte contra aqueles que propagam doutrinas falsas.

Embora doutrinas questionáveis pareçam ser comuns em alguns grupos do movimento da igreja emergente, é importante reconhecer que nem todos os que se identificam com essa abordagem adotam tais práticas. Por isso, é preciso cautela ao decidir se envolver com um grupo emergente, lembrando sempre das advertências bíblicas, como em Mateus 7:15-20, onde se alerta: “Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Vocês os reconhecerão pelos frutos que produzem.”

Enquanto buscar novas formas de testemunhar para uma cultura em transformação é admirável, adotar métodos que comprometam a verdade do Evangelho equivale a promover doutrinas errôneas e desviar outros de Cristo, em vez de encaminhá-los para Ele.

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