Pergunta
Por que Jesus disse “Pai, perdoa-lhes” na cruz?
Resposta
As palavras de Jesus, “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”, foram proferidas em um momento de intensa dor, enquanto Ele contemplava uma cena angustiante. Naquela hora, os soldados romanos disputavam suas roupas; os criminosos crucificados ao seu lado o insultavam; os líderes religiosos zombavam dele; e a multidão o blasfemava. Cercado por pessoas tão indignas, Jesus fez uma oração de misericórdia e amor incomparáveis.
Mesmo em meio à agonia, a preocupação de Jesus era o perdão daqueles que se consideravam seus inimigos. Ele pediu ao Pai que perdoasse os ladrões que o escarneciam na cruz, bem como os soldados que o insultaram, cuspiram, espancaram, puxaram sua barba, chicotearam, colocaram uma coroa de espinhos em sua cabeça e o pregaram na cruz. Jesus estendeu seu pedido de perdão também à multidão enfurecida que clamava por sua crucificação.
É importante notar que o pedido “Pai, perdoa-lhes” não implica que todos foram automaticamente perdoados, sem arrependimento e fé; significa, sim, que Jesus estava disposto a oferecer o perdão – que, afinal, foi o motivo de sua vinda à cruz. Essas palavras revelam o coração misericordioso de Deus.
Jesus orou dessa forma porque estava cumprindo a profecia do Antigo Testamento: “Ele levou sobre si o pecado de muitos e intercedeu pelos transgressores”. Da cruz, Ele intercedeu pelos pecadores, e, hoje, ressuscitado e glorificado, continua sendo o único mediador entre Deus e a humanidade. Ao mesmo tempo, Ele pôs em prática o princípio ensinado no Sermão da Montanha: “Vocês ouviram que foi dito: ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem.” Assim, mesmo sendo perseguido, Jesus orou pelos seus perseguidores.
A disposição de Jesus em perdoar seus algozes estava acompanhada do reconhecimento de que eles não sabiam o que faziam. Aqueles que o colocaram na cruz não compreendiam o verdadeiro significado de suas ações. Os soldados, obedecendo ordens e agindo conforme seus costumes em relação aos condenados, sequer tinham a intenção de prejudicá-lo pessoalmente, pois acreditavam que ele merecia tal destino – sem saber que estavam matando o Filho de Deus. A multidão, igualmente, não tinha plena consciência de quem pretendia destruir, enganada por líderes que a induziram a crer que Jesus era falso e encrenqueiro. Ao orar “Pai, perdoa-lhes”, Jesus demonstrou sua misericórdia infinita, deixando claro que continuaria a amá-los e perdoá-los se apenas se humilhassem e se arrependessem.
O pedido de perdão de Jesus teve resposta na vida de muitas pessoas. O centurião romano, aos pés da cruz, ao presenciar a morte de Jesus, exclamou que, certamente, aquele homem era o Filho de Deus. Um dos ladrões crucificados ao lado de Jesus creu Nele e recebeu a promessa do paraíso. Além disso, um membro do conselho judaico se identificou publicamente com Jesus, e, pouco mais de um mês depois, três mil pessoas em Jerusalém foram salvas com o início da igreja.
Na cruz, Jesus proporcionou perdão a todos aqueles que creram Nele. Ele pagou a penalidade pelos pecados cometidos tanto na ignorância quanto de forma deliberada. Ao nascer de novo, nós também nos tornamos a resposta ao seu pedido, “Pai, perdoa-lhes”.
