Por que Jesus não foi chamado de Emanuel?
Na profecia do nascimento virginal, Isaías declara: “O próprio Senhor lhe dará um sinal: A virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel.” Essa profecia teve um cumprimento inicial nos dias do profeta, mas, em última análise, refere-se ao nascimento de Jesus, como vemos em Mateus, que explica: “Tudo isso aconteceu para cumprir o que o Senhor havia declarado através do profeta: A virgem conceberá e dará à luz um filho, e eles o chamarão Emanuel (que significa ‘Deus conosco’).” Contudo, isso não quer dizer que o nome dado ao Messias seria, literalmente, Emanuel.
Há muitos “nomes” atribuídos a Jesus tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, e Emanuel é apenas um deles. Isaías, por exemplo, profetizou que o Messias seria chamado de “Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Jesus nunca foi chamado por nenhum desses nomes pelas pessoas que O conheceram na Galileia ou na Judeia; eles são descrições que capturam fielmente quem Ele é e o que realiza. O anjo anunciou que Jesus “será chamado Filho do Altíssimo” e “Filho de Deus”, mas nenhum desses títulos corresponde ao nome que foi de fato atribuído a Ele.
O profeta Jeremias fala de “um Rei que reinará com sabedoria” e nos apresenta o nome do Messias vindouro: “E este é o nome pelo qual ele será chamado: ‘O SENHOR é a nossa justiça’.” Embora Jesus nunca tenha sido chamado formalmente de “O Senhor Nossa Justiça”, esse é um título que nos ajuda a reconhecê-Lo como Aquele que nos concede a justiça de Deus. Ele é Deus encarnado, Aquele que nos torna justos.
Da mesma forma que George Herman Ruth, chamado oficialmente de George, ganhou outros apelidos – “Babe”, “The Bambino”, “o Sultão dos Swat” ou “o Colosso da Influência” –, podemos nos referir a Jesus não apenas pelo Seu nome, mas também pelos muitos títulos que apontam para Sua natureza divina e para os Seus feitos miraculosos, como “Emanuel”, “Maravilhoso”, “Conselheiro”, “Príncipe da Paz” ou “O Senhor Nossa Justiça”.
Dizer que Jesus seria chamado de “Emanuel” significa afirmar que Ele é Deus, que habitou entre nós em Sua encarnação e que permanece sempre ao nosso lado. Jesus, que foi Deus encarnado, fez Sua morada entre nós, cumprindo a promessa de Deus. A virgem Maria gerou um filho, e há dois mil anos, em Belém, esse bebê foi colocado num estábulo para encontrar um lugar de repouso. Por mais incrível que pareça, Aquele Bebê é Deus – Deus conosco. Assim, ao designarmos Jesus como nosso Emanuel, reconhecemos Sua onipotência, onisciência, perfeição e o amor que jamais falha.
Portanto, embora José não tenha denominado Jesus de “Emanuel”, a própria natureza de Jesus o torna verdadeiramente Emanuel – “Deus conosco”. Isaías nos ensinou a aguardar pelo Filho de Deus nascido da virgem, Aquele que virá para nos salvar, reconciliar as pessoas com Deus e restaurar a criação à sua beleza original. Conhecemos-O como Jesus, mas também podemos proclamá-Lo como “Deus conosco”, pois é exatamente isso que Ele é.