Por que Jesus transpirou sangue no Jardim do Getsêmani?
Na noite anterior à crucificação de Jesus Cristo, Ele orou no Jardim do Getsêmani. Lucas, que também era médico, registrou que o suor de Jesus era como gotas de sangue, narrando: “E, em agonia, Ele orou com mais intensidade. Então, Seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue escorrendo ao chão”. Alguns interpretam essa descrição como uma mera comparação – o suor caía em gotas grandes e pesadas, semelhante a como o sangue pode sair de uma ferida aberta. Contudo, existe uma condição médica real que produz exatamente esses sintomas.

A hematidrose é uma condição rara que faz com que o suor contenha sangue. As glândulas sudoríparas estão cercadas por pequenos vasos sanguíneos que podem se contrair e, em seguida, dilatar a ponto de romper, fazendo com que o sangue se infiltre nelas. Essa condição geralmente é desencadeada por uma angústia extrema. Nos outros relatos dos evangelhos, é possível perceber a profunda aflição de Jesus, quando Ele diz: “A minha alma está profundamente entristecida, a ponto de morrer”.
A intensa angústia e tristeza que Jesus experimentou eram, sem dúvida, compreensíveis. Sendo o Filho de Deus, Ele sabia em detalhes o que estava prestes a acontecer – a traição de um de Seus próprios discípulos, os julgamentos forjados por testemunhas que, um dia, O haviam aclamado como Messias, e o sofrimento inevitável que viria com a crucificação. Ele sabia que seria açoitado quase até a morte e que os pregos seriam cravados em Sua carne. Também estava ciente das profecias, pronunciadas séculos antes, segundo as quais seria tão brutalmente maltratado que ficaria “desfigurado além do que qualquer homem” e “além da semelhança humana”. Esses fatos contribuíram para a imensa aflição que o levou a transpirar gotas de sangue.
A crucificação era considerada o método de execução mais doloroso e atroz, destinado às pessoas mais desprezadas e malignas. A dor era tão insuportável que se criou a palavra “excruciante”, que literalmente significa “da cruz”. Desde Sua prisão no jardim até o momento em que declarou “Está consumado”, as Escrituras registram apenas uma ocasião em que Jesus “gritou em alta voz”. Enquanto nosso Salvador, sem pecado, carregava o peso dos pecados do mundo, Ele exclamou: “Eloi, Eloi, lama sabachthani?” – “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” – evidenciando que a dor espiritual excedia em muito o sofrimento físico que suportou.
No início da criação, a história humana começou em um jardim, e quando o primeiro Adão pecou contra Deus nesse mesmo cenário, a morte entrou no mundo. Milhares de anos depois, Jesus Cristo, o último Adão, adentrou outro jardim para aceitar o cálice que vinha das mãos de Seu Pai, e a morte estava prestes a ser vencida. Embora o plano de Deus tenha sido formulado antes da criação do mundo, sua execução custou um preço incalculável. No final das contas, somos nós os responsáveis pelo sangue que escorreu do nosso Salvador enquanto Ele orava no jardim – o peso do abandono e da dor. Que jamais nos esqueçamos do alto custo dessas gotas de suor misturadas a sangue.






