Quais são algumas razões para a animosidade entre cristãos e muçulmanos?

Muçulmanos se ofendem com o secularismo ocidental

Com o avanço da tecnologia global e a redução das distâncias, muitos muçulmanos se sentem ameaçados pela cultura ocidental: filmes imorais, pornografia, vestimentas pouco recatadas, músicas vulgares e a rebeldia dos adolescentes. Essa cultura é vista como um ataque à fé, à visão de mundo e ao estilo de vida islâmicos, sendo muitas vezes associada ao cristianismo.

Resposta cristã: Procure estabelecer uma amizade genuína com os muçulmanos, explicando que a cultura ocidental atual não é inerentemente cristã, mas sim secular. Lembre que nem todos que se declaram cristãos seguem verdadeiramente os ensinamentos de Cristo. Seja exemplo, por meio de palavras e atitudes, do verdadeiro cristão, conforme nos aconselha 1 Pedro 2:12: “Mantenham um comportamento decente entre os gentios…”

Muçulmanos ressentem-se da dominação ocidental

Em razão do passado de colonialismo e interferência, alguns muçulmanos ainda guardam ressentimento pelo domínio ocidental. Enquanto parte deles apoia a guerra contra o terrorismo, outros se opõem veementemente. Ademais, muitos se sentem traídos pelo “favoritismo” demonstrado pelo Ocidente em relação a Israel, cuja formação deslocou milhares de palestinos.

Resposta cristã: Mostre um amor genuíno e uma postura humilde por meio da oração e do serviço. Foque em Cristo, evitando controvérsias políticas, pois acredita-se que Deus restaurará a justiça no tempo devido. Enquanto isso, Ele dispõe líderes governamentais para proteger os justos e punir os errantes, conforme ensina Romanos 13:1-7.

Muçulmanos militantes e a interpretação dos versos de guerra no Alcorão

Embora muitos muçulmanos sejam pacíficos, há aqueles que interpretam certos versos do Alcorão como uma permissão divina para converter ou matar os não muçulmanos. Entre os versos que incentivam a violência, estão passagens como a 4:76 (“Aqueles que creem lutam na causa de Allah…”), a 25:52 (“Portanto, não dês ouvidos aos descrentes; empenha-te ao máximo contra eles…”) e a 61:4 (“Certamente, Allah ama aqueles que lutam em Seu caminho”).

Resposta cristã: Embora alguns cristãos possam, por medo, repudiar os muçulmanos, o Senhor nos oferece o antídoto perfeito para o temor e o ódio: o Seu amor. Lembre-se das palavras de 1 João 4:18a: “Não há temor no amor, mas o amor perfeito expulsa o temor.”

Em complementação, seja lembrado de passagens como Mateus 10:28 – “E não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, temei aquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno” – e Lucas 6:27 – “Aos que te odeiam, amai e fazei bem, e emprestai, sem esperar nada em troca”.

Jesus jamais prometeu aos Seus seguidores uma vida sem sofrimentos. Pelo contrário, Ele assegurou: “Se o mundo vos odeia, lembrai-vos de que a mim já me odiou antes de odiar-vos…” (João 15:18-21). Ainda que muitos desacreditem, o fundamento está no fato de que a ofensa principal para os muçulmanos é Jesus Cristo – conforme enfatizado em 1 Pedro 2:4-8.

Os muçulmanos rejeitam a ideia de Deus Pai que enviou Seu Filho para morrer pelos pecadores, negando tanto a necessidade quanto a historicidade da morte de Cristo. Embora reconheçam Jesus como um nobre profeta, eles apostam na fé islâmica e nas obras – a submissão a um único Allah, a crença na revelação feita por Muhammad, a obediência ao Alcorão e aos Cinco Pilares – como meio de alcançar o paraíso. Muitos ainda acreditam que os cristãos adoram três deuses, deificam um homem e corrompem a Bíblia.

Portanto, é essencial que cristãos e muçulmanos dialoguem sobre essas divergências doutrinárias. Os cristãos devem ter uma sólida compreensão da teologia bíblica para que possam explicar, por exemplo:

  • A doutrina da Trindade: Deus é um em essência e três em pessoa;
  • A confiabilidade da Bíblia;
  • A necessidade do sacrifício expiatório de Cristo, diante da santidade de Deus e do pecado humano;
  • As crenças sobre Jesus, conforme afirma 1 João 4:14-15: “E nós temos reconhecido e testemunhado que o Pai enviou Seu Filho para ser o Salvador do mundo. Todo aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus habitará nele e ele em Deus.”

Com amor, humildade e paciência, os cristãos devem apresentar Jesus como Senhor e Salvador, recordando as palavras de João 14:6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”

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