Quais são as sete coisas que Deus odeia?

As sete coisas que Deus odeia são um catálogo de pecados resumido em Provérbios 6:16–19. Embora esses não sejam os únicos pecados a serem evitados, eles resumem a maioria das atitudes perversas condenadas por Deus. Essas sete coisas abordam as motivações profundas do coração do indivíduo, apontando diretamente para nossos pensamentos e intenções pecaminosas.

Isso está em harmonia com a exposição que nosso Senhor Jesus Cristo fez dos Dez Mandamentos durante o Sermão da Montanha (Mateus 5:21–48). O pecado se manifesta no instante em que é concebido no coração, antes mesmo de ser posto em prática. Evitar as sete coisas que Deus odeia nos ajuda a expor intenções e motivos ocultos.

Olhos arrogantes (altivos)

Este termo descreve um sentimento de orgulho e de olhar os outros de cima para baixo (Filipenses 2:3, Filipenses 2:5–11). Quando passamos a nos considerar de importância inigualável, esquecemos que tudo de bom em nós é resultado da presença de Cristo e que o nosso velho eu já está morto (Gálatas 2:20). Muitas vezes, os crentes se sentem superiores ao receberem sabedoria divina e demonstrarem firmeza contra o pecado, sem reconhecer que esses dons vêm de Deus, concedidos por meio de Cristo e inflamados pelo Espírito Santo. Esse pecado de orgulho é tão repudiado pelo SENHOR que Paulo teve “um espinho na carne” para humilhá-lo (2 Coríntios 12:7).

Língua mentirosa

Uma língua mentirosa é aquela que profere falsidades de forma consciente e voluntária, com a intenção de enganar. Mentir pode servir tanto para difamar o caráter de alguém quanto para lisonjear um amigo. Esse comportamento é extremamente repugnante para Deus, que é um Deus de verdade. Nada nos semelha mais ao diabo, que é o pai da mentira (João 8:44).

Mãos que derramam sangue inocente

Esta expressão refere-se ao assassinato a frio. Mesmo que nunca tenhamos planejado matar alguém ou sequer manuseado uma arma, em Mateus 5:21–24 Jesus ensina que, se alguém se irar injustamente contra outro, sem dar espaço para o perdão, comete um pecado equivalente ao homicídio. João reforça essa ideia em 1 João 3:15.

Coração que trama planos malignos

Esse conceito engloba o ato de conceber ou planejar o mal contra alguém ou um grupo, seja por interesse próprio ou por metas equivocadas, como fazem alguns terroristas. Todo pecado, em essência, é um plano maligno. Lembra-se, por exemplo, do pecado de Davi contra Urias, o hitita, e Bate-Seba (2 Samuel 11). O coração do ímpio constantemente conspira para a ruína alheia, seja de forma física ou espiritual.

Pés que se apressam para praticar o mal

Aqueles cujos pés se apressam para o mal não demonstram qualquer resistência ao pecado. Com diversos exemplos na Bíblia e o ensino do Espírito Santo (Efésios 4:30; Gálatas 5:16), espera-se que sejamos prudentes nessa área (Romanos 6:11–14; Efésios 5:5, 11). No Jardim do Éden, Eva foi a primeira a ser tentada; sem oferecer resistência, ela cedeu à sedução da serpente, vendo “a árvore como boa para se comer e agradável aos olhos” (Gênesis 3:6). Em contraste, Jesus, após quarenta dias e quarenta noites de jejum, resistiu à tentação do diabo e eliminou esse impulso do seu pensamento, impedindo-o de se transformar em pecado (Mateus 4:1–11). “Resisti ao diabo, e ele fugiu de mim” (Tiago 4:7).

Falso testemunho que espalha mentiras

Embora semelhante à língua mentirosa, essa forma de engano recebe destaque por seu potencial de condenar injustamente um indivíduo, podendo levá-lo à prisão ou até mesmo à morte por apedrejamento, como ocorreu com Nabote, em virtude dos falsos testemunhos instigados pela impia Jezabel (1 Reis 21:8–14). A proibição de prestar falso testemunho é o nono dos Dez Mandamentos e é igualmente condenada no Novo Testamento. Colossenses 3:9–10 explica a razão dessa contínua proibição. Como novas criaturas em Cristo (2 Coríntios 5:17), refletimos Sua natureza e fomos libertados do “velho eu” e de suas práticas malignas, como a mentira e o falso testemunho.

Homem que semeia dissensão entre irmãos

Os irmãos foram criados por Deus para viver em unidade (Salmos 133:1; 1 Tessalonicenses 4:9). Como crentes, somos irmãos e irmãs, pois compartilhamos o mesmo Pai e temos Jesus Cristo como nosso irmão. A Igreja também é apresentada como a noiva de Cristo (Efésios 5:25–27). Embora conflitos possam ocorrer, aquele que intencionalmente causa discórdia entre os irmãos desagrada a Deus, pois promove o pecado tanto nos outros quanto nele mesmo (1 João 2:9–11; 4:19–21). Ademais, Jesus proclamou grande bênção sobre os pacificadores, conferindo-lhes o privilégio de serem chamados “filhos de Deus” (Mateus 5:9).

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