O que é o orgulho da vida?
A expressão “orgulho da vida” aparece apenas uma vez na Bíblia, mas o conceito é desenvolvido em passagens significativas – na tentação de Eva no Jardim do Éden e na tentação de Cristo no deserto. Esse orgulho pode ser definido como tudo aquilo que é “do mundo”, ou seja, tudo o que gera arrogância, ostentação, orgulho pessoal, presunção e vaidade. Segundo as Escrituras, tudo o que produz o orgulho da vida nasce do amor excessivo por este mundo.
O primeiro exemplo dessa tentação ocorreu no Jardim do Éden, quando Eva foi induzida pela serpente a desobedecer a Deus, comendo o fruto proibido da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ela percebeu que o fruto era “bom para se comer”, “agradável aos olhos” e “desejável para adquirir sabedoria”. Assim, ela cobiçou o fruto de três maneiras: primeiramente, pelo apelo aos seus desejos físicos – um exemplo da “cobiça da carne”, que busca satisfazer necessidades básicas; em seguida, pela sua estética, despertando o desejo de possuí-lo – a “cobiça dos olhos”; e, finalmente, pela promessa de adquirir uma sabedoria que a tornaria semelhante a Deus.
Essa é a essência do orgulho da vida: tudo aquilo que nos coloca acima de nossa condição e nos ilude com a ideia de possuir qualidades divinas, gerando uma satisfação baseada na arrogância e na sabedoria meramente mundana. Eva, ao desejar esse conhecimento e poder, preferiu arriscar um relacionamento pleno com Deus a viver sob a graça perfeita que lhe fora destinada.
De forma semelhante, durante seus 40 dias no deserto, Satanás tentou Jesus com as mesmas três tentações. Primeiro, oferecendo alimento para suprir sua fome, remetendo à “cobiça da carne”. Depois, propôs a Jesus todos os reinos do mundo com todo o seu esplendor, apelando para a “cobiça dos olhos”. E, por fim, desafiou-O a provar de maneira ostentatória que era o Messias, encorajando-O a exibir um poder que contrariava a vontade e o plano divino para a redenção da humanidade.
Os cristãos, ao longo dos séculos, têm sido continuamente atraídos por essas mesmas três tentações. Satanás utiliza métodos imutáveis, pois sempre se mostram eficazes. Ele tenta despertar a cobiça da carne através da busca por gratificações físicas, seja na satisfação sexual, na gula ou em outros excessos, e a cobiça dos olhos, estimulando o desejo incessante por posses materiais que enchem nossos lares e corações com a ânsia de ter sempre mais.
No entanto, a tentação mais insidiosa é o orgulho da vida, o mesmo pecado que levou Satanás a ser expulso do céu, por desejar ser como Deus em vez de ser Seu servo. Essa arrogância não só alimenta as outras duas cobiças, como também é a raiz dos conflitos em famílias, comunidades e nações. O orgulho da vida eleva o eu de tal forma que contraria o chamado para carregar a cruz e negar a si mesmo. É essa mesma atitude que nos distancia dos outros e limita nosso verdadeiro potencial no serviço a Deus. Enquanto o mundo passa, aqueles que repelem a tentação do orgulho da vida cumprem a vontade divina, alcançando a verdadeira vida eterna.






