Questão
Mateus, nos capítulos 24 a 25, registra o coração do Senhor cheio de compaixão e amor, misturado com uma santidade inabalável. Essa seção das Escrituras, que inclui a Parábola dos Talentos, traz advertências finais, profecias e incentivos para o povo de Israel antes da partida do Senhor por um período indeterminado. Ao delegar a eles a responsabilidade, como mordomos, de cuidar do Seu reino, o Senhor ressalta o peso dessa incumbência e as graves consequências de negligenciar as Suas instruções. Além disso, há uma mensagem que se estende a toda a humanidade.
Resposta
Se os talentos mencionados forem de ouro, o valor do que o senhor confiou aos mordomos seria imensamente alto, possivelmente na casa dos milhões de dólares. Como o Senhor utiliza apenas o termo “talentos”, devemos assumir que o dono desses recursos – o homem que viaja para um país distante – era, sem dúvida, uma pessoa rica. Ele confia sua riqueza a três homens, que se tornam mordomos do seu dinheiro: um recebe cinco talentos, outro dois, e o terceiro, um talento. Cada um recebe uma quantia significativa, e esses mordomos são responsáveis pelo cuidado desse dinheiro.
Para cumprir essa responsabilidade, os mordomos devem conhecer bem a personalidade e o caráter de seu Senhor, de forma a aplicar tanto o espírito quanto a letra das Suas instruções. Aqueles que conseguem fazer isso são ricamente recompensados, enquanto os que demonstram desconfiança enfrentam severo julgamento. A quantia confiada a cada um está de acordo com a capacidade individual: os dois primeiros compreendem perfeitamente as orientações e, usando os recursos por meio do comércio, obtêm um lucro de 100% cada um. Por outro lado, o terceiro, dominado pelo medo e pela desconfiança, enterra o dinheiro na terra, devolvendo apenas o valor original. Assim, os mordomos bem-sucedidos são elogiados e recebem maiores responsabilidades, enquanto o que agiu com temor é repreendido, rejeitado e punido.
A aplicação dessa parábola deve ser entendida no contexto da mensagem contida em Mateus 24 e 25. Primeiramente, ela serve como uma mensagem para o povo de Israel que viverá nos últimos dias antes do retorno do Senhor. Em Mateus 24:13, é enfatizado que “aquele que perseverar até ao fim será salvo”, apontando para o remanescente fiel que receberá a promessa do reino. Em Mateus 24:32-34, o Senhor ilustra com a parábola da figueira, explicando que, ao reconhecer os sinais, os fiéis saberão que o tempo está próximo. Aqueles que estiverem vivos ao retornarem e tiverem compreendido e acreditado no Senhor serão recompensados, baseando-se na forma como administraram os recursos que lhes foram confiados. Por outro lado, aqueles que agirem movidos pelo medo e pela incredulidade serão rejeitados e julgados.
Além disso, essa parábola possui uma aplicação universal para toda a humanidade. Desde a criação, cada pessoa recebeu recursos – tanto em termos de tempo quanto de riqueza material – que vêm de Deus e que pertencem a Ele. Somos responsáveis por utilizar esses recursos de forma a aumentar seu valor. Para os cristãos, há ainda o recurso mais valioso de todos: a Palavra de Deus. Ao compreendê-la e aplicá-la como bons mordomos, somos capazes de abençoar os outros e multiplicar o impacto de nossas ações. Dessa forma, seremos responsáveis perante o Senhor pelo uso dos Seus preciosos recursos.