A igreja é chamada de “rebanho de Deus”, “herança de Deus” e “igreja de Deus”. Jesus é o “cabeça da igreja” e o “principal Pastor”. A igreja pertence legitimamente a Cristo, e Ele é a autoridade sobre ela – tanto na igreja local quanto no Corpo Universal de Cristo.
O plano de Deus para formar Sua igreja inclui o uso de homens no cargo de pastor. O pastor é, primeiramente, um ancião e, juntamente com os demais anciãos, tem a responsabilidade de:
- Supervisionar a igreja. O significado original da palavra “bispo” remete à ideia de “supervisor”. A supervisão geral do ministério e do funcionamento da igreja é dever do pastor e dos outros anciãos, incluindo o gerenciamento das finanças da igreja.
- Governar a igreja. O termo relacionado a “governar” implica “estar diante”, ou seja, liderar e cuidar com zelo. Essa função abrange também a disciplina, na medida em que cabe ao pastor repreender aqueles que se desviam da fé.
- Alimentar a igreja. Literalmente, “pastor” significa “aquele que cuida do rebanho”. O pastor tem o dever de alimentar o rebanho com a Palavra de Deus e conduzi-lo pelo caminho correto.
- Guardar a doutrina da igreja. O ensino apostólico deveria ser confiado a homens fiéis que, por sua vez, ensinarão outros. Preservar a integridade do evangelho é um dos mais elevados chamados do pastor.
Alguns pastores interpretam o título de “supervisor” como um mandato para se envolver em todos os detalhes, desde operar o sistema de som até escolher músicas para o culto ou até mesmo decidir sobre a decoração de pequenos ambientes. Essa atitude não só esgota o pastor, que acaba participando de todas as reuniões, como também impede que outros membros possam exercer seus dons na igreja. É possível supervisionar e delegar tarefas simultaneamente. Ademais, o modelo bíblico que prevê uma pluralidade de anciãos, juntamente com diáconos designados para auxiliar, evita que o ministério pastoral se transforme num “show de um homem só”.
Da mesma forma, o comando para “governar” a igreja pode ser levado a excessos. A função oficial do pastor é conduzir a igreja ao lado dos anciãos, com um foco primordial nas questões espirituais, como edificar os crentes e equipar os santos para as atividades do ministério. Há casos em que pastores adotam uma postura mais autoritária do que a de um guia pastoral, impondo que os membros peçam permissão para decisões pessoais, como realizar investimentos ou marcar férias. Tais atitudes demonstram uma busca por controle que os torna inadequados para governar a igreja de Deus.
Um ministério pastoral equilibrado é aquele em que o líder não exerce autoridade de forma opressiva, mas serve de exemplo para o rebanho. O pastor atua como mordomo de Deus, sendo responsável perante Ele por sua liderança, demonstrando verdade, amor e piedade em seu ministério.