Quem são os Menonitas e Quais São Suas Crenças?
Os menonitas são um grupo de denominações anabatistas (opostas ao batismo infantil) que devem seu nome e influência aos ensinamentos e à tradição de Menno Simons (1496-1561). Eles se comprometem com a não violência, a não resistência e o pacifismo.
As congregações menonitas em todo o mundo refletem toda a amplitude da prática menonita, variando desde pessoas de vida simples até aquelas que se confundem com a população geral em relação ao modo de vestir e à aparência. Existem diversos grupos que se autodenominam menonitas, principalmente por se referirem ao seu líder fundador, Menno Simons, e à sua postura de não violência.
Na Europa, os primeiros menonitas eram excelentes agricultores e foram convidados a ocupar solos empobrecidos, enriquecendo-os com trabalho árduo e bom senso. Frequentemente, as autoridades retomavam as terras e obrigavam os menonitas a se deslocarem, já que estes não ofereciam resistência. Foi esse contexto que impulsionou a migração para a América, onde os colonos os receberam de braços abertos.
Ao longo dos séculos, surgiram diversos cismas — iniciados na Europa, no século XVII, e continuados após a imigração para a América — em resposta a profundas discordâncias sobre teologia, doutrina e disciplina eclesiástica. A teologia menonita enfatiza os ensinamentos de Jesus conforme registrados no Novo Testamento. Suas crenças centrais, derivadas das tradições anabatistas, incluem a autoridade das Escrituras e do Espírito Santo; a salvação por meio da conversão pelo Espírito de Deus; o batismo de crentes, geralmente efetuado por aspersão ou imersão; a disciplina na igreja (incluindo, em algumas congregações, o ostracismo); e a Ceia do Senhor como memorial, e não como sacramento ou rito cristão.
Hoje, há uma ampla variedade de cultos, doutrinas e tradições entre os menonitas. Os menonitas da Ordem Antiga utilizam carroças puxadas por cavalos para transporte e se comunicam em Pennsylvania Dutch (semelhante ao alemão). Eles evitam participar de política e de outras atividades consideradas “pecados do mundo”, e a maioria dos grupos da Ordem Antiga educa seus filhos em escolas administradas pela igreja. Tradicionalmente, utilizavam cavalos para puxar os equipamentos agrícolas, mas nos últimos dez anos alguns já adotaram tratores com rodas de aço para o trabalho no campo.
Os menonitas conservadores mantêm um vestuário tradicional, embora aceitem a maioria das tecnologias modernas. Esse grupo não é unificado, estando subdividido em diversas conferências independentes. Os menonitas moderados diferem muito pouco de outras congregações protestantes evangélicas conservadoras, não exigindo trajes especiais nem impondo restrições ao uso da tecnologia. Eles colocam ênfase na paz, na comunidade e no serviço ao próximo.
Outro segmento dos menonitas estabeleceu suas próprias faculdades e universidades, afastando-se de uma interpretação estrita da Bíblia. Esses grupos ordenam mulheres como pastoras, acolhem uniões homoafetivas e adotam uma agenda liberal, com foco em estudos de paz e questões de justiça social. Em seus cultos, raramente se faz referência ao fato de que todos somos pecadores e necessitamos de um Salvador que se ofereça como sacrifício pelos nossos pecados, priorizando, em vez disso, a manutenção de boas obras e o serviço aos outros.
Atualmente, o termo “menonita” pode assumir diversos significados. Existem quase tantas variedades de menonitas quantas são as redes de fast food. Alguns grupos são mais evangélicos que outros; alguns se concentram no estudo da Bíblia e na oração; outros cuidam rigidamente da tradição baseada nas obras estabelecida por seus antepassados; e, infelizmente, há aqueles que se afastaram da fé de seus pais, preferindo focar em questões sociais contemporâneas.
