Por que os cristãos não jejuam da mesma forma que os muçulmanos?

Por que os cristãos não jejuam da mesma forma que os muçulmanos?

Ambos os muçulmanos e cristãos jejuam, porém seus propósitos são diferentes. Enquanto o jejum no Islã é uma obrigação durante o Ramadã para cumprir um dos Cinco Pilares, a Bíblia ensina que o jejum não garante o favor de Deus nem assegura um lugar no paraíso. Os cristãos podem optar por jejuar para:

Jesus jejuou

No início de Seu ministério público, antes de realizar grandes milagres e ensinamentos, Jesus jejuou por quarenta dias. Em seguida, enquanto estava fraco de tanto fome, o diabo o tentou: “Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, Ele sentiu fome… Novamente, o Diabo o levou para uma montanha muito alta e mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a sua glória, dizendo: ‘Todas estas coisas Eu te darei, se, prostrado, Me adorares.’ Então Jesus disse: ‘Sai daqui, Satanás! Pois está escrito: “Deus, adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.”’ Após isso, o Diabo o deixou, e eis que anjos vieram ministrar-Lhe” (Mateus 4:2, 4:8-11).

Embora Satanás tenha tentado levar Jesus ao pecado, Jesus permaneceu perfeito, diferentemente de todos os demais seres humanos ao longo da história.

A advertência de Jesus contra o jejum orgulhoso

Os líderes religiosos da época de Jesus se orgulhavam de jejuar duas vezes por semana, porém Ele os desafiou quanto à sinceridade de seus atos.

• Não jejue para parecer religioso diante dos homens

“Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste, como os hipócritas, que desfiguram os seus rostos para mostrar aos outros que estão jejuando. Digo-lhes verdadeiramente que eles já receberam a sua recompensa. Mas, quando jejuarem, unjam a cabeça e lavem o rosto, para que não seja evidente aos outros que vocês estão jejuando, e sim ao seu Pai, que está em segredo; e seu Pai, que vê em segredo, os recompensará” (Mateus 6:16-18).

• Não jejue para conquistar o perdão dos pecados

(Um fariseu pertencia a uma seita religiosa fundamental dos judeus.)

“O fariseu, em pé, orava consigo mesmo: ‘Deus, obrigado por não ser como os outros homens – ladrões, injustos, adúlteros, ou mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo que recebo.’ Mas o publicano, estando longe, nem sequer se atrevia a levantar os olhos para o céu; batia no peito e dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, pecador!’ Digo que este homem saiu justificado para sua casa, e não o outro. Pois todo aquele que se exalta será humilhado, mas quem se humilha será exaltado” (Lucas 18:11-14).

Jesus ensinou que não podemos conquistar a entrada no paraíso por meio do jejum. Nosso pecado torna até mesmo os nossos melhores atos religiosos indignos (Isaías 64:6).

A transformação do jejum segundo Jesus

Jesus ensinou que seguir a vontade de Deus traz mais satisfação do que o próprio alimento: “… E seus discípulos diziam: ‘Mestre, come.’ Mas Ele lhes disse: ‘Tenho comida para comer de que vocês não sabem.’ Então os discípulos comentaram: ‘Será que alguém nunca lhe trouxe algo para comer?’ Jesus lhes respondeu: ‘A minha comida é cumprir a vontade daquele que Me enviou e realizar a sua obra’” (João 4:31-34).

O que é a vontade de Deus? “Jesus lhes disse: ‘Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. Contudo, eu vos disse que também vistes e não crestes. Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e eu de forma alguma rejeitarei aquele que vier a mim. Pois Eu vim do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que Me enviou. E a vontade do Pai, que Me enviou, é esta: de tudo o que me tem dado, não devo perder nada, e no último dia ressuscitarei tudo; e a vontade daquele que Me enviou é que todo aquele que vê o Filho e crê nele tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia’” (João 6:35-40).

Assim como morreremos se não comermos pão, estaremos espiritualmente mortos (separados de Deus para sempre) se não recebermos Jesus, o Pão da Vida. Por ter descido “do céu”, nascido de uma virgem, Jesus passou a chamar Deus de Pai. Por meio de Sua vida perfeita, morte e ressurreição, Ele comprovou ser divino, o Filho de Deus, cumprindo a vontade do Pai: salvar os pecadores crentes ao assumir a punição pelos pecados na cruz. Ao ressuscitar Jesus, Deus demonstrou que aceitava o sacrifício de Cristo.

Como receber o Pão da Vida? É necessário afastar-se do pecado e confiar na morte e ressurreição do Senhor Jesus para a salvação, e não na própria bondade obtida por obras, como o jejum.

Depois de salvar você do pecado, o Senhor lhe dará o desejo e a força para glorificar Deus através de boas obras – inclusive através do jejum: “Agora, porém, libertados do pecado e servindo a Deus, recebem de vocês o fruto que conduz à santificação e, finalmente, a vida eterna. Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 6:22-23).

Um testemunho pessoal sobre o jejum

Um homem sábio, que passou anos servindo muçulmanos no Oriente Médio, compartilha as suas razões para jejuar:

  • É uma declaração honesta do que é mais importante para mim. Quero que esse simples ato (ficar sem comida por um período) me lembre que as coisas espirituais e eternas são mais significativas do que as temporais;
  • É um símbolo da satisfação que encontro em Deus: amá-Lo, conhecê-Lo e fazer a Sua vontade;
  • É uma celebração do fato de Deus me separar, concedendo-me perdão através do sacrifício de Jesus na cruz e resgatando-me dos hábitos pecaminosos que me escravizavam;
  • É um tempo de alegria, louvor e intercessão em favor da minha família e amigos em diversos países;
  • É um meio de obter uma satisfação mais profunda no Senhor. Assim, estarei mais motivado e apto a compartilhar meus dons materiais e espirituais com os outros. Pois o Senhor disse: “E o seu Pai, que vê em segredo, os recompensará” (Mateus 6:18b).

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