O que a Bíblia diz sobre água benta?
A Bíblia permanece silenciosa quanto à água benta da forma como é utilizada atualmente. No batismo, por exemplo, Mateus 3:11 menciona o batismo com água para o arrependimento, sem indicar que a água em si possua uma natureza sagrada. O batismo funciona como um ritual simbólico que identifica o crente com a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo.
Um paralelo próximo ao uso moderno da água benta pode ser encontrado nas leis do Antigo Testamento, onde era exigida a limpeza ritual de objetos ou pessoas impuras com água para alcançarem a purificação antes de serem tocadas. Há ainda uma referência específica à purificação de pessoas ritualmente impuras, conforme visto em passagens como Números 19:17.
Atualmente, a água benta é mantida permanentemente na entrada das igrejas católicas, abençoada no início de cada mês lunar e aspergida sobre os fiéis ao entrarem. Essa prática teria sido implementada para substituir a celebração pagã da lua nova, conforme estabelecido pelo Cânon 65 do Concílio de Constantinopla (691). Segundo registros históricos, os primeiros usos modernos da água benta surgiram no século IX. Dessa forma, aliado ao silêncio do Novo Testamento sobre o uso ou a prática relacionada à água benta, pode-se concluir que essa tradição foi criada com o objetivo de extinguir uma cerimônia pagã, fundamentando-se apenas em escassas referências bíblicas à purificação com água.
Toda prática que aproxima o crente de Deus e fortaleça seu relacionamento com Ele merece ser considerada. No entanto, é importante analisar se a prática traz benefícios espirituais reais. Se algo contribui para uma relação mais profunda com Deus, que seja mantido; caso contrário, deve ser deixado de lado – especialmente quando sua base bíblica é tênue. Assim, uma vez que a Bíblia não orienta os cristãos a fazer uso da “água benta” de qualquer maneira, forma ou fins, conclui-se que o uso católico da água benta não possui fundamento nas Escrituras.