O que aconteceu no Monte das Oliveiras?
O Monte das Oliveiras, também conhecido como Olivet ou “a montanha voltada para Jerusalém”, é uma elevação que se estende ao leste de Jerusalém, separado das muralhas da cidade por um desfiladeiro e pelo riacho Kidron. Esse local foi palco de inúmeros acontecimentos bíblicos e será o cenário para o cumprimento de uma profecia futura.
No Antigo Testamento, o Monte das Oliveiras é mencionado em conexão com o rei Davi. Quando seu filho Absalão assumiu o controle de Jerusalém, Davi e seus seguidores leais fugiram da cidade pelo caminho oriental: “Davi subiu o Monte das Oliveiras, chorando enquanto andava; tinha a cabeça coberta e estava descalço. Todo o povo que ia com ele também cobriu a cabeça e chorava”.
Mais tarde, o rei Salomão utilizou o monte para a adoração de ídolos, construindo um local de culto para deuses estrangeiros. Em uma das visões do profeta Ezequiel, este observou a glória do Senhor deixando Jerusalém e repousando “sobre a montanha a leste dela”.
Jesus visitava o Monte das Oliveiras com frequência. Era habitual que, ao estar próximo a Jerusalém, Ele se dirigisse a esse local, especialmente quando visitava Lázaro, Maria, e Marta, já que a vila de Betânia se situava na encosta leste do monte. A estrada que ligava Betânia a Jerusalém passava justamente pelo Olivet.
Na última semana de Sua vida terrena, os registros bíblicos indicam que Jesus esteve três vezes no Monte das Oliveiras, cada uma marcada por eventos significativos. A primeira visita ocorreu durante a entrada triunfal, quando Jesus montou um jumento encontrado na região entre Betânia e a área próxima, o que mobilizou a multidão de discípulos. Ao se aproximar do declive do monte, os discípulos exaltaram a Deus com alegria pelas maravilhas que tinham testemunhado. Ainda naquele mesmo local, Jesus contemplou a vista, chorou pela cidade e pronunciou um juízo contra ela.
A segunda ocasião se deu para a realização do que ficou conhecido como o Discurso do Olivar. Nele, Jesus respondeu à pergunta de Seus discípulos sobre os sinais do fim dos tempos, abordando a destruição iminente de Jerusalém, o período de tribulação e a segunda vinda de Cristo. Durante o discurso, foram apresentadas parábolas que ilustravam a importância de permanecer vigilante e fiel, como a do servo prudente, das dez virgens e do servo responsável que faz bom uso dos seus recursos.
A terceira visita aconteceu na Semana da Paixão, na noite em que Jesus seria traído. Após a Última Ceia em Jerusalém – onde lavou os pés dos discípulos e revelou a traição de Judas –, Ele conduziu-os até o Jardim do Getsêmani, situado na encosta ocidental do monte. Lá, imerso em profunda angústia, orou com fervor, chegando a transpirar gotas que se assemelhavam a sangue, até que um anjo o fortaleceu para enfrentar o que estava por vir.
Após Sua oração, Judas Iscariotes chegou acompanhado por soldados e líderes religiosos para prender Jesus. Durante a ação, Pedro, num impulso de defesa, sacou uma espada e feriu um servo do sumo sacerdote, mas Jesus repreendeu o apressado gesto e curou o homem, demonstrando o poder milagroso de Deus. Mesmo assim, Jesus foi capturado e levado a julgamento, enquanto os discípulos se dispersavam temendo por suas vidas.
Depois dos processos, da crucificação e da ressurreição, Jesus voltou a se manifestar no Monte das Oliveiras. Em Sua última aparição pós-ressurreição, Ele conduziu os discípulos para a região de Betânia, abençoou-os com as mãos e foi elevado aos céus. Esse local, identificado como o próprio Monte das Oliveiras, continuava a ter um significado especial.
Logo após a ascensão, dois anjos anunciaram aos discípulos que o mesmo Jesus, que fora levado aos céus, retornaria exatamente da forma como os tinham visto partir. Segundo a profecia de Zacarias, Jesus voltará não só da mesma maneira, mas também ao mesmo local: “Naquele dia, seus pés estarão sobre o Monte das Oliveiras, a leste de Jerusalém, e o monte se dividirá, formando um grande vale, com metade dele se dirigindo para o norte e a outra para o sul.” Assim, o local onde Davi chorou em derrota e onde Jesus foi traído e rejeitado será o cenário de Sua gloriosa volta, triunfante sobre todos os Seus inimigos.






