O que é o Credo Niceno?
Além do Credo dos Apóstolos, o Credo Niceno é talvez a declaração de fé cristã mais universalmente aceita e reconhecida. Esse credo foi adotado pela primeira vez em 325 d.C. durante o Concílio de Niceia, convocado pelo imperador romano Constantino, que buscava unificar a igreja cristã em torno de uma única doutrina, especialmente quanto à Trindade e à natureza divina e humana de Jesus Cristo.
O Credo Niceno é apresentado da seguinte forma:
“Cremos em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis.
E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por quem todas as coisas foram feitas; que, por nossa causa, desceu dos céus, se encarnou, pelo Espírito Santo, na virgem Maria, e se fez homem; foi crucificado por nós, sob Pôncio Pilatos; padeceu, foi sepultado e, ao terceiro dia, ressuscitou, conforme as Escrituras; subiu ao céu e está sentado à direita do Pai; e, de novo, virá com glória para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim.
E no Espírito Santo, o Senhor e Doador da vida, que procede do Pai, e que, juntamente com o Pai e o Filho, é adorado e glorificado; que falou pelos profetas.
E na Igreja, uma, santa, católica e apostólica. Confessamos um só batismo para a remissão dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida do mundo vindouro. Amém.”
Houve algumas revisões no Credo Niceno, incluindo a incorporação da cláusula “Filioque”. No Concílio de Constantinopla, em 381 d.C., a linguagem do credo foi ampliada para esclarecer o conceito ortodoxo da Trindade. A versão apresentada acima é atualmente a mais comum referência ao “Credo Niceno”.
Em suma, o Credo Niceno é um excelente resumo da doutrina cristã. Contudo, há dois pontos principais a serem observados. O primeiro diz respeito à expressão “igreja católica e apostólica”, que não se refere à Igreja Católica Romana como a conhecemos hoje; “católica” significa, na verdade, “universal” – a verdadeira igreja abrange todos aqueles que depositam sua fé em Jesus Cristo para a salvação. Além disso, “apostólica” indica que a igreja se fundamenta no ensino dos apóstolos, não sendo uma declaração de apoio à sucessão apostólica. O segundo ponto envolve a expressão “batismo para a remissão dos pecados”, um conceito que muitas vezes é mal interpretado.