O que é o Pacto Palestino?
O chamado Pacto Palestino está registrado em trechos do livro de Deuteronômio e foi estabelecido entre Deus e Israel pouco antes da morte de Moisés e da entrada de Israel na Terra Prometida. Embora a Bíblia nunca utilize o termo “Pacto Palestino” – e certamente Moisés jamais teria se referido à terra como “Palestina” – esse nome se popularizou. O pacto também é conhecido como Pacto da Terra, pois muitas das promessas estão relacionadas à posse da terra por Israel.
Deus firmou este pacto com Israel após o Pacto Mosaico e depois dos quarenta anos de peregrinação no deserto. Enquanto os israelitas estavam em Moabe, aguardando a entrada na Terra Prometida, esse pacto serviria para que a nova geração de israelitas se lembrasse da sua relação especial com Deus.
Embora o Pacto Palestino compartilhe muitas semelhanças com o Pacto Mosaico dado no Monte Sinai, ele é distinto, como fica claro em Deuteronômio 29. Antes de estabelecer esse pacto, Deus lembrou Israel de que, se obedecessem à Lei Mosaica, seriam abundantemente abençoados; entretanto, a desobediência traria maldição, conforme descrito em Deuteronômio 28.
Além das promessas de bênçãos pela obediência e maldições pela desobediência, o Pacto Palestino contém algumas promessas especiais a Israel que muitos acreditam que só se cumprirã por completo durante o reinado milenar de Cristo. Entre elas, destacam-se:
- A promessa de reunir os israelitas dispersos pelo mundo e trazê-los de volta à terra prometida a seus antepassados.
- A promessa de regenerar os israelitas e seus descendentes, “circuncidando seus corações” para que o amem de forma plena.
- A promessa de Deus de julgar os inimigos de Israel.
- A promessa de que os israelitas obedeceriam a Deus e que Ele os prosperaria nessa obediência.
Embora alguns possam ver essas promessas sendo cumpridas na época do retorno do exílio babilônico, há aspectos que ainda não foram plenamente realizados. Por exemplo, a restauração de Israel à terra não se completou enquanto todas as bênçãos e maldições prometidas não tivessem se cumprido, sendo que Israel, como nação, rejeitou Jesus Cristo como Messias, sendo novamente maldito e separado da terra quando os romanos conquistaram Jerusalém em 70 d.C.
Outro ponto importante é a promessa da “circuncisão do coração”, de modo que tanto os israelitas quanto seus descendentes obedecessem a Deus – uma promessa reiterada em outros trechos proféticos e que se encontra também entre as bênçãos do Novo Pacto. Ademais, há a expectativa de uma restauração final de Israel à terra e de um relacionamento eterno com Deus, conforme mencionado em passagens que apontam para a salvação total de Israel.
O Pacto Palestino reforça ainda as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó de que Deus estabeleceria Israel como Seu povo escolhido. Mesmo apresentando bênçãos pela obediência e maldições pela desobediência, Deus já sabia que o povo se desviaria e se voltaria para os ídolos; por isso, prometeu um dia restaurar Israel e demonstrar compaixão. Assim, o desfecho desse pacto não depende da obediência de Israel, mas da fidelidade e das ações de Deus.
Enquanto a prosperidade de Israel está ligada à obediência aos Seus mandamentos – estando sujeitos à punição por desobediência –, virá um tempo em que Deus os retornará à totalidade da terra prometida e os abençoará para sempre. Naquele tempo, Deus “circuncidará seus corações” para que permaneçam obedientes, reafirmando o Pacto Abraâmico de que a descendência de Abraão possuirá a Terra Prometida para sempre. Diferentemente do Pacto Mosaico, cujas promessas eram condicionadas à obediência, o cumprimento definitivo das promessas do Pacto Palestino não depende da ação de Israel, pois trata-se de um pacto eterno e incondicional, resultado e ampliação do Pacto Abraâmico.
 






