Qual foi o espinho na carne de Paulo?
Paulo menciona um “espinho na carne” em 2 Coríntios 12:7. Ele o descreve como um “mensageiro de Satanás” com o objetivo de causar tormento. Diversas explicações foram propostas, mas se Paulo se referia a uma aflição física, espiritual, emocional ou a algo completamente diferente, nunca foi dada uma resposta definitiva. Como não se trata de um espinho literal, entende-se que Paulo estava falando de forma metafórica. Entre as interpretações mais comuns estão a tentação, um problema crônico de visão, malária, enxaquecas, epilepsia e até uma dificuldade na fala. Ainda há quem sugira que o espinho se refira a uma pessoa, como Alexandre, o cobreiro, que teria causado considerável dano a Paulo. Independentemente da interpretação, o espinho representava uma fonte real de dor na vida do apóstolo.
Paulo revelava que o propósito desse espinho era “para que eu não me vangloriasse por causa das revelações extraordinárias”. Dessa forma, o objetivo de Deus ao permitir essa aflição era manter o apóstolo humilde. Qualquer pessoa que tivesse encontrado Jesus e recebido um comissionamento pessoal provavelmente se deixaria levar pelo orgulho, sobretudo considerando que Paulo foi movido pelo Espírito Santo para escrever grande parte do Novo Testamento.
Além disso, Paulo afirma que a aflição vinha por intermédio de um “mensageiro de Satanás”. Assim como foi permitido que Satanás atormentasse Jó, também foi permitido que ele atormentasse Paulo, cumprindo um propósito maior relacionado ao crescimento de seu caráter.
Ninguém gosta de conviver com a dor. Paulo chegou a pedir repetidamente ao Senhor que removesse essa fonte de sofrimento, pois reconhecia que viver sem essa aflição poderia tornar seu ministério ainda mais eficiente, possibilitando alcançar mais pessoas e glorificar Deus de forma mais plena. Contudo, ao invés de eliminar o problema, Deus concedeu a ele uma graça abundante e uma força compensadora, demonstrando que o poder divino se aperfeiçoa na fraqueza.
A natureza exata do espinho na carne de Paulo permanece incerta. Talvez haja um motivo para que essa dificuldade seja apresentada de forma tão genérica, de modo a se aplicar a qualquer adversidade que possamos enfrentar. Seja o “espinho” que enfrentamos hoje uma barreira física, emocional ou espiritual, podemos ter a certeza de que há um propósito divino por trás dele e que a graça de Deus é suficiente para sustentar-nos.