Os papéis de Jesus – o que são?

Em 2006, o autor Michael Baigent lançou o livro The Jesus Papers. O subtítulo do livro é Expondo a Maior Conspiração da História. A suposta conspiração revelada em The Jesus Papers é de que Jesus sobreviveu à crucificação e estava vivo até, pelo menos, o ano 45 d.C. Os Jesus Papers são documentos que “provam” essa teoria da conspiração, incluindo supostos escritos produzidos pelo próprio Jesus.

A essência do livro é que Jesus e Pôncio Pilatos teriam feito um acordo secreto: Jesus não seria morto, mas sim crucificado e depois resgatado. Pilatos não queria crucificar Jesus — provavelmente o único ponto em que The Jesus Papers e os evangelhos bíblicos convergem. No entanto, Pilatos enfrentava imensa pressão para agradar as autoridades judaicas e evitar uma revolta. Durante uma das conversas particulares entre Jesus e Pilatos, o esquema foi elaborado. Outra evidência apresentada em The Jesus Papers para apoiar essa conspiração é o fato de que Jesus “morreu” muito rapidamente e, segundo o relato, Pilatos permitiu que o corpo dele fosse removido da cruz após apenas algumas horas.

Existem muitos problemas com essa teoria da conspiração. (1) É extremamente improvável que alguém sobreviva à crucificação. Embora o historiador Josefo relate que um de seus amigos tenha sobrevivido a esse castigo, as chances seriam ínfimas. (2) Cada um dos quatro evangelhos registra de forma clara a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus três dias depois, afirmando que Jesus “entregou o seu espírito” (João 19:30; Lucas 23:46). (3) Se Jesus tivesse sobrevivido à crucificação, os discípulos perceberiam que a sua ressurreição não tinha ocorrido, visto que as feridas da crucificação teriam deixado sequelas por meses. Por que, então, estariam dispostos a morrer de forma tão trágica por uma crença cuja veracidade eles mesmos poderiam contestar? (4) Por que Pôncio Pilatos, um governante romano conhecido por sua brutalidade, arriscaria negociar com um “encrenqueiro” da Galileia? Pilatos ordenou a tortura e crucificação de centenas de pessoas e dificilmente teria motivos para poupar a vida de Jesus.

Como ocorre com muitas teorias da conspiração, The Jesus Papers é rico em alegações conspiratórias, mas pobre em evidências. O próprio autor admite que se trata de uma teoria impossível de ser comprovada. Além disso, ressalta que nem ele nem qualquer outra pessoa jamais viram o suposto documento que comprovaria que Jesus teria sobrevivido à crucificação. Não há sequer a mínima evidência que sustente a teoria dos Jesus Papers, seja na Bíblia ou na história. A verdadeira questão, nesse caso, recai sobre a autoridade das Escrituras. A Bíblia é a Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo aos homens que a escreveram (2 Timóteo 3:16). Suas profecias, narrativas históricas e observações científicas são absolutamente precisas, e sua autenticidade foi miraculosamente preservada através de inúmeras traduções ao longo dos milênios. Acima de tudo, diferente de fraudes como The Jesus Papers e The DaVinci Code, o poder de Deus para transformar vidas se revela em suas páginas. Jesus morreu na cruz como o sacrifício expiatório pelos nossos pecados, exatamente como está escrito (1 João 2:2).

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