Por que Deus permite o mal?
Pergunta
Resposta
A Bíblia descreve Deus como santo (Isaías 6:3), justo (Salmos 7:11) e soberano (Daniel 4:17-25). Esses atributos nos ensinam duas coisas: primeiro, que Deus é capaz de impedir o mal; e segundo, que Ele deseja erradicar o mal do universo. Portanto, se Deus tem poder e vontade de prevenir o mal, por que Ele ainda o permite? Uma forma prática de abordar essa questão é imaginar como seria se Deus conduzisse o mundo de outras maneiras:
Alterar a personalidade de todos para que não pudessem pecar. Isso significaria eliminar o livre-arbítrio, pois não haveria escolha entre o certo e o errado—estaríamos “programados” para fazer somente o bem. Se Deus optasse por essa solução, não haveria relação significativa entre Ele e Sua criação.
Compensar as ações malignas por meio de intervenção sobrenatural o tempo todo. Deus impediria um motorista embriagado de causar um acidente, um trabalhador descuidado de construir mal uma casa, um pai viciado de prejudicar sua família, assaltantes de cometer furtos, valentões de atormentar outros e até terroristas de realizar ataques. Embora a ideia seja atraente, ela logo perderia seu charme se a intervenção divina atrapalhasse até mesmo aqueles atos considerados “menos maus”, os quais muitas vezes conduzem a males maiores. Por exemplo, seria possível impedir apenas traições reais ou também bloquear o acesso a materiais que possam desencadear outros comportamentos inadequados? Onde traçar a linha entre ações imperdoáveis e aquelas consideradas menores?
Julgar e remover da sociedade aqueles que escolhem cometer atos maus. O problema dessa alternativa é que, como todos pecamos e cometemos atos maléficos de certa forma (Romanos 3:23; Eclesiastes 7:20; 1 João 1:8), não restaria ninguém. Mesmo que alguns sejam mais perversos que outros, todo o mal acaba acarretando danos para outros.
Em vez dessas opções, Deus escolheu criar um mundo “real”, onde escolhas reais trazem consequências reais. Em nosso mundo, nossas ações impactam os outros. Por causa da escolha de Adão em pecar, o mundo passou a viver sob uma maldição, e todos nascemos com uma natureza pecaminosa (Romanos 5:12). Haverá um tempo em que Deus julgará o pecado e fará tudo novo, mas Ele deliberadamente adia esse julgamento para dar às pessoas mais oportunidade de se arrependerem, evitando assim a condenação definitiva (2 Pedro 3:9). Até lá, Ele de fato se preocupa com o mal. No Antigo Testamento, ao dar a Lei, Deus buscava desencorajar e punir o mal; ao longo da história, Ele julgou nações e governantes que desprezavam a justiça e promoviam a maldade. No Novo Testamento, Deus afirma que é função do governo prover justiça para proteger os inocentes (Romanos 13), prometendo consequências severas para aqueles que prejudicam os “inocentes” (Marcos 9:36-42).
Em resumo, vivemos em um mundo onde nossas ações, sejam boas ou más, têm consequências diretas e indiretas para nós e para os que nos cercam. O desejo de Deus é que, para nosso bem, O obedeçamos, permitindo que vivamos em harmonia (Deuteronômio 5:29). No entanto, escolhemos seguir nossos próprios caminhos e, posteriormente, culpamos Deus por não intervir. Esse é o coração do homem pecador. Mas Jesus veio para transformar os corações por meio do poder do Espírito Santo, operando essa mudança em quem se afasta do mal e O invoca para salvar dos pecados e de suas consequências (2 Coríntios 5:17).
Deus, de fato, previne e restringe alguns atos malignos. Este mundo seria MUITO PIOR se não houvesse essa limitação ao mal. Ao mesmo tempo, Ele nos concedeu o livre-arbítrio para escolher entre o bem e o mal; quando optamos pelo mal, enfrentamos as consequências para nós e para os que nos cercam. Em vez de culpar Deus e questionar por que Ele não impede todo mal, devemos focar em proclamar a solução para o mal e suas consequências: Jesus Cristo!