Por que tantas pessoas precisam passar por terríveis sofrimentos antes da morte?

Por que tantas pessoas precisam experimentar um sofrimento terrível antes da morte?

O sofrimento é parte universal de nossa humanidade em um mundo caído. A questão de por que há sofrimento na morte para alguns e não tanto para outros realmente não tem resposta, pois mensuramos as coisas com base na nossa experiência humana e não compreendemos a mente infinita e o propósito de Deus. No grande capítulo da fé, frequentemente lemos sobre os heróis da fé, mas negligenciamos a longa lista daqueles que, sem nome, sofreram por sua fé. Mesmo tendo morrido enfrentando sofrimentos, esses indivíduos se tornam heróis da fé, pois Deus valoriza seu sofrimento e os inclui como lição para nós.

O sofrimento e a morte fazem parte da maldição do pecado no mundo (Gênesis 3:16-19). Quando Adão e Eva caíram, trouxeram para si e para todos os seus descendentes o sofrimento da morte. Como está escrito, “Mas não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:17). Sabemos que Adão e Eva não morreram fisicamente no dia em que comeram da árvore, pois Adão viveu até os 930 anos (Gênesis 5:5). Contudo, com o pecado, ele se separou espiritualmente de Deus, o que representa a primeira morte.

A questão de por que alguns sofrem na morte e outros não pode ser resumida na simples afirmação: “Deus é soberano.” Essa não é apenas uma declaração trivial. Quando Jesus curou um homem cego de nascença, os discípulos questionaram: “Rabi, quem pecou, este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?” Àquilo, Jesus respondeu: “Nem este homem nem seus pais pecaram, mas isso aconteceu para que a obra de Deus fosse manifestada na sua vida” (João 9:1-3). Esse princípio mostra que Deus permite o sofrimento em determinadas situações para mostrar Sua obra, trazendo glória ao Seu nome. Assim, nenhum sofrimento ocorre sem um propósito dentro do plano divino, mesmo que nós, como seres finitos, nem sempre consigamos compreender esse propósito.

O apóstolo Paulo sofreu intensamente em sua vida e ministério, conforme relatado em 2 Coríntios 11:23-27. Ele foi martirizado por seu testemunho e, segundo a tradição, decapitado após um longo período de prisão. Durante esse tempo, Paulo registrou seu testemunho a Timóteo: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me espera a coroa da justiça, a qual o Senhor, o justo juiz, me dará naquele dia – e não só a mim, mas também a todos os que anseiam por Sua vinda” (2 Timóteo 4:7-8). Além disso, o sofrimento serve como testemunho para quem observa que a graça e a força de Deus são suficientes para capacitar um crente a perseverar mesmo em meio à adversidade (2 Coríntios 12:9).

Paulo também nos ensina como devemos encarar o sofrimento como filhos de Deus: “Mas ele me disse: ‘Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.’ Portanto, com muito prazer, levantarei minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse sobre mim. Por isso, por amor a Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas dificuldades, nas perseguições e nos sofrimentos; pois, quando estou fraco, então sou forte” (2 Coríntios 12:9-10). Paulo ainda afirma: “Para mim, viver é Cristo, e morrer é lucro” (Filipenses 1:21). Assim, seja qual for a maneira pela qual um crente enfrenta a morte – seja em meio ao sofrimento ou com relativa paz – isso representa apenas uma transição para o encontro direto com o SENHOR. Nesse encontro, toda a tristeza e dor do sofrimento chegarão ao fim, conforme a promessa: “Ele enxugará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, pois as primeiras coisas já passaram” (Apocalipse 21:4).

Deixe um comentário