Quem foi Ezequiel na Bíblia?
Ezequiel, cujo nome significa “fortalecido por Deus”, cresceu em Jerusalém, onde se preparou para ser sacerdote no templo. Ele estava entre o segundo grupo de cativos levados para a Babilônia juntamente com o rei Jeoaquim, por volta de 597 a.C. Enquanto estava na Babilônia, Ezequiel se tornou profeta de Deus e é o autor do livro do Antigo Testamento que leva seu nome.
O ministério de Ezequiel começou com a condenação e o juízo sobre a nação de Judá. Após a destruição de Jerusalém, suas profecias passaram uma mensagem de esperança para o futuro. Ele desejava ajudar o povo a aprender com seus erros, anunciando o iminente julgamento das nações que cercavam Judá e restabelecendo a esperança na restauração de Israel. Sua visão do vale dos ossos secos retrata uma nova vida sendo insuflada na nação, profecia que, em última análise, se cumprirá no reinado milenar de Cristo na terra.
A primeira visão de Ezequiel foi do trono de Deus, na qual ele descreveu quatro criaturas viventes e rodas giratórias. Posteriormente, teve visões detalhadas de um novo templo, de uma Jerusalém restaurada, do milênio e da terra onde o povo de Deus habitará. Israel e Judá serão novamente restaurados à unidade, enquanto a glória de Deus retorna e o Senhor passa a habitar entre o Seu povo. Essas belas visões abrangem tanto os planos imediatos quanto os de longo prazo de Deus.
Ezequiel transmitiu as mensagens de Deus com uma linguagem direta, que todos podiam compreender, estivessem dispostos a ouvir ou não. Ele foi chamado para ser um sentinela, e recebeu a advertência de que, se não alertasse fielmente sobre o castigo destinado àqueles que rejeitassem Deus, seria responsabilizado pelo sangue dos que perecessem em seus pecados. Sem hesitar, Ezequiel seguiu as instruções divinas com firmeza, expressando com paixão tanto o juízo quanto a esperança, de forma a refletir a própria tristeza de Deus pelos pecados do povo.
A dor de Ezequiel se agravou com a morte de sua esposa – um evento sobre o qual Deus lhe proibiu chorar. Esse fato foi utilizado como sinal para o povo de Judá: assim como o profeta perdeu sua esposa, o povo perderia o templo, ficando tomado por uma tristeza que os deixaria em silêncio.
Apesar de enfrentar grande oposição durante sua vida, o profeta Ezequiel insistiu em transmitir o desejo de Deus de que os ímpios não perecessem, mas se arrependessem de seus caminhos perversos para, assim, viverem. Em um período inicial de silêncio, Deus o capacitou a falar, libertando sua língua para proferir o trecho mais extenso de esperança contínua registrado na Bíblia. A queima, o corte e a dispersão de seus cabelos simbolizavam a queda de Jerusalém e o retorno do remanescente divino. Suas palavras de esperança culminaram na promessa de posse eterna da terra, de um príncipe davídico perpétuo, de uma aliança eterna e de um santuário imutável em Israel.
As visões de Ezequiel se projetam para um tempo em que Israel enfrentará uma invasão por uma coalizão de nações liderada por um país do norte. Essas nações serão completamente derrotadas pela intervenção direta do Senhor, revelando duas verdades para os judeus em cativeiro: a restauração da nação e a certeza de que, depois da restauração final, nenhum inimigo conseguirá invadir a Terra Santa novamente. Ezequiel também vislumbrou a glória do Senhor retornando ao templo – a mesma glória que havia partido anteriormente.
Ezequiel mostrou a todos os cristãos que devemos obedecer ao chamado de Deus em nossas vidas. Deus o instruiu a lamentar com o coração despedaçado e uma profunda tristeza pelo juízo vindouro e, por meio de seu dramático livro, Ezequiel nos transmite a mesma mensagem: o juízo está por vir e, sem dúvida, acontecerá, conforme declara o Senhor Soberano. Assim como Ezequiel, somos chamados a alertar e a compartilhar as boas novas da salvação em Jesus Cristo.






