O que é a Kabbalah?
A Kabbalah, também grafada como Kaballah, Qabalah ou Cabalah, se desenvolveu entre os séculos VI e XIII entre os judeus na Babilônia, Itália, Provença e Espanha. A palavra “Kabbalah” significa “receber” e se refere à revelação de Deus recebida pelos judeus e transmitida às gerações seguintes por meio da tradição oral. Inicialmente, o termo era utilizado pelo judaísmo ortodoxo, mas, posteriormente, passou a designar aqueles que acreditavam que apenas alguns poucos eram agraciados com o conhecimento secreto de Deus sobre o “verdadeiro” significado das Escrituras. A Kabbalah utiliza práticas ocultas e é considerada um culto.
A Kabbalah se assemelha a algumas crenças defendidas pelos gnósticos gregos, uma vez que ambos os grupos acreditavam que apenas um seleto número de pessoas possuía um entendimento ou conhecimento mais profundo. Além disso, essa corrente ensina que “emanações” de Deus foram responsáveis pelo ato da criação, negando que a criação tenha sido um ato criativo direto de Deus (Gênesis 1). A cada emanação descendente, a aproximação de Deus diminuía, até que a última emanação assumisse a forma pessoal dos anjos. Essa ideia assemelha-se à noção de que Deus teria criado um deus menor, que então criaria outro deus menor, e assim sucessivamente, resultando, por fim, nos anjos. Tal conceito contradiz a revelação bíblica, na qual Deus ensina que Ele é, ao mesmo tempo, separado de toda a Sua criação (Isaías 55:8-9) e acessível diretamente para aqueles que O buscam por meio de Jesus Cristo (João 3:16).
A Kabbalah reconhece a inspiração das Escrituras, mas não se atém ao seu significado literal. Sua abordagem é mística e bastante subjetiva, utilizando, por exemplo, a numerologia para buscar um significado “oculto”. Com esse método, praticamente qualquer ensinamento desejado poderia ser “encontrado” nas Escrituras, o que contraria a finalidade da comunicação divina. Deus forneceu as Escrituras para interagir com a humanidade e ensiná-la sobre Si mesmo, tornando evidente que elas devem ser interpretadas em seu sentido literal – como fica demonstrado pelas profecias cumpridas. Deus anunciou que algo ocorreria e, de fato, isso se concretizou exatamente como previsto. O maior exemplo disso é o cumprimento das profecias acerca da primeira vinda de Jesus Cristo, com centenas de versículos que se referiam a Sua vinda sendo cumpridos de forma literal (Isaías 7:14; Isaías 9:6; Miqueias 5:2; Isaías 53).
A Kabbalah apresenta também uma característica panteísta, isto é, a ideia de que Deus e Sua criação são uma só. No entanto, isso não condiz com a revelação bíblica, na qual Deus criou tudo a partir do nada (ex nihilo – em grego) (Gênesis 1:1). Segundo a Kabbalah, a criação seria uma das emanações de Deus, evidenciando seu caráter panteísta.
Assim como outras doutrinas falsas e religiões desviantes, a Kabbalah nega a divindade de Cristo e a necessidade de fé n’Ele como o único meio de salvação (João 14:6). Jesus é Deus encarnado, que veio para morrer pelos pecados daqueles que creem n’Ele. Se uma pessoa confia em Cristo – reconhecendo que Ele é Deus (João 1:1-3) e que pagou pelo pecado (Romanos 8:3) –, ela é perdoada e se torna uma filha ou filho de Deus (João 1:12).