O que é a Festa dos Tabernáculos / Cabanas / Sucot?

O que é a Festa dos Tabernáculos / Cabana / Sucot?

A Festa dos Tabernáculos, também conhecida como a Festa das Cabanas ou Sucot, é a sétima e última festa que o Senhor ordenou a Israel a observar, sendo uma das três festas nas quais os judeus se apresentavam anualmente “perante o Senhor seu Deus no lugar que Ele escolher” (Deuteronômio 16:16). A relevância dessa festa é evidenciada pela sua frequente menção na Escritura, onde diversos eventos importantes ocorreram durante este período. Por exemplo, foi nesse tempo que o Templo de Salomão foi dedicado ao Senhor (1 Reis 8:2).

Foi durante a Festa dos Tabernáculos que os israelitas que retornaram para reconstruir o templo se reuniram para celebrar sob a liderança de Josué e Zorobabel (Esdra 3). Pouco depois, os judeus ouviram Esdras ler a Palavra de Deus a respeito da festa (Neemias 8), o que provocou um grande avivamento, à medida que os israelitas confessavam e se arrependiam de seus pecados. Durante esse mesmo período, Jesus proclamou: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba; quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (João 7:37–38).

A celebração ocorre no 15º dia do mês hebraico de Tishri, que correspondia ao sétimo mês do calendário hebraico – usualmente entre o final de setembro e meados de outubro –, iniciando-se cinco dias após o Dia da Expiação e logo após o término da colheita do outono. Esse foi um tempo de júbilo, em que os israelitas comemoravam a contínua provisão de Deus na colheita atual, além de recordarem Seu cuidado e proteção durante os 40 anos no deserto.

Como uma das três festas nas quais todos os judeus nascidos no país eram obrigados a participar, a Festa dos Tabernáculos é mencionada diversas vezes na Escritura, chegando a ser chamada de Festa da Colheita, Festa ao Senhor ou Festa das Cabanas (Êxodo 23:16; Deuteronômio 16:13). Sendo uma das festas peregrinas – quando os judeus eram instruídos a ir a Jerusalém –, também era nesta ocasião que se entregavam dízimos e ofertas no templo (Deuteronômio 16:16). É possível imaginar a cena: milhares de pessoas reunidas para recordar e celebrar a libertação de Deus e Sua provisão, vivendo em abrigos temporários ou cabanas, conforme os requisitos da festa. Durante os oito dias de celebração, tantos sacrifícios eram realizados que todas as 24 divisões de sacerdotes precisavam estar presentes para auxiliar nas funções sacrificial.

As instruções para a celebração da Festa dos Tabernáculos encontram-se em Levítico 23, dadas logo após a libertação de Israel do Egito. A festa deveria ser celebrada anualmente no “décimo quinto dia deste sétimo mês” e duraria sete dias (Levítico 23:34). Assim como em todas as festas, iniciava-se com um convívio sagrado – semelhante a um sábado – em que os israelitas interrompiam seu trabalho para se dedicar à adoração a Deus. Em cada dia da festa, era oferecida uma “oferta queimada ao Senhor” e, ao término dos sete dias de celebração, o oitavo dia também era marcado como um “convívio sagrado”, no qual se cessava o trabalho e se fazia uma nova oferta (Levítico 23). Com duração total de oito dias, a Festa dos Tabernáculos inicia e encerra com um dia de repouso sabático. Durante esses dias, os israelitas habitavam em cabanas ou tabernáculos feitos a partir de ramos de árvores (Levítico 23:40–42).

Instituída por Deus, essa festa servia como lembrança perpétua da libertação de Israel do Egito. Além disso, as festas de Israel prefiguram as obras e a missão do Messias. Grande parte do ministério público de Jesus ocorreu em conjunto com essas celebrações sagradas. As três festas peregrinas, nas quais os judeus eram instruídos a “aparecer perante o Senhor no lugar que Ele escolher”, têm grande significado para a vida de Cristo e para Sua obra redentora. Sabemos, por exemplo, que a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos simbolizam o sacrifício expiatório de Cristo na cruz, e que o Pentecostes, que dá início à Festa das Semanas, marcou a ascensão corporal de Jesus. Muitos estudiosos também veem na Festa dos Tabernáculos uma antecipação da segunda vinda de Cristo, quando Ele estabelecerá Seu reino terreno.

Há quem defenda que é bastante provável que Jesus tenha nascido durante a Festa dos Tabernáculos. Embora a tradição de celebrar o nascimento de Cristo em 25 de dezembro tenha se iniciado no século IV d.C. pela Igreja Católica Romana – e a data exata permaneça desconhecida –, alguns indícios sugerem que Jesus poderia ter nascido em um período mais próximo da festa. Entre eles, o fato de ser improvável que os pastores continuassem nos campos com suas ovelhas durante o rigor do inverno, ao contrário do que ocorreria no período dos Tabernáculos. Essa possibilidade também é sugerida pelas palavras registradas em João 1:14: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade”. A palavra grega traduzida como “habitou” é, literalmente, o termo para “tabernáculo” – Jesus veio habitar entre nós.

Alguns acreditam que João tenha usado intencionalmente essa expressão para associar a primeira vinda de Cristo com a Festa dos Tabernáculos. Cristo veio em carne para habitar entre nós temporariamente, ao nascer em um estábulo, e retornará para habitar entre nós como o Senhor dos Senhores. Mesmo que não se possa afirmar com certeza que Jesus tenha nascido durante essa festa, muitos veem na celebração não só uma antecipação da segunda vinda de Cristo, mas também uma recordação de Sua primeira vinda.

A Festa dos Tabernáculos inicia e encerra com um sábado especial de repouso. Durante os dias de celebração, os israelitas deveriam habitar em cabanas como lembrança de que Deus os livrou da escravidão no Egito e como símbolo da espera pelo Messias, que os libertaria do jugo do pecado. Assim como todas as festas de Israel, essa celebração os recordava constantemente da provisão, proteção e amor de Deus. Ao estudarmos essas festas hoje, somos convidados a lembrar da fidelidade e do cuidado divino. Jesus realizou tanto por nós – Ele é tudo para nós – e prometeu voltar. Ansiamos pela Terra Prometida (o céu) e pelo dia em que veremos nosso Salvador face a face, com a plena consumação de nossa redenção e a volta de Jesus Cristo para habitar entre nós.

Deixe um comentário